Biden e Zelensky reuniram-se em Washington pela terceira vez desde o início da guerra. Durante o encontro, o presidente norte-americano anunciou um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 200 milhões de dólares. A Ucrânia está dependente da ajuda tantos dos EUA como da UE, “mas de forma mais premente dos Estados Unidos”, diz Germano Almeida.
Joe Biden anunciou ontem um pacote de 200 mil milhões de dólares que saem do stock do Pentágono, como tal, não vai ser necessária aprovação nem do Senado, nem no Congresso. “Estamos a falar de munições para HIMARS, anti-blindados e um conjunto de questões que não tiveram que ter aprovação do Congresso”.
“Foi claramente uma indicação do Presidente Biden de como o dinheiro está a acabar e, portanto, como é urgente fazer essa essa aprovação no Congresso (…) parece-me que esta questão vai ser adiada para janeiro”.
Biden mostrou que, apesar das dificuldades, ainda tem alguns instrumentos.
“Ele tem esse instrumento de ir diretamente ao Pentágono e também tem um instrumento de algo que eu, infelizmente, acho que se vai começar a falar enquanto não houver aprovação do Congresso, que é o PDA - Presidential Drawdown Authority - é um fundo de maneio do Presidente para que, através de uma ordem executiva presidencial direta tenha acesso a um determinado dinheiro que também vá para a Ucrânia”.
Esse fundo de maneio, no início da guerra da Ucrânia, há quase dois anos, passou rapidamente de 100 milhões para 10 mil milhões. O Presidente já usou mais de 50 vezes.
“A grande questão é o grande bolo que Democratas e Republicanos vão ter que se entender: a proposta do Presidente é de 64.000 milhões, num total de um pacote de 110.000 milhões, em que junta também Israel, Taiwan e a fronteira” com o México.
Guerra Israel-Hamas
Joe Biden diz que Israel está, com as suas ações, a perder algum apoio internacional e aconselha mesmo Netanyahu a mudar elementos do seu governo conservador.
Estão a agravar-se os sinais de desacordo entre Washington e Telavive, considera Germano Almeida.
“Temos vindo a falar muitas das dificuldades de Biden eternamente com a questão da Ucrânia, ainda não conseguimos a alcançar completamente as dificuldades que ele pode ter internamente com a questão de Israel. Esse tipo de exigências que Biden está a fazer, até críticas a Netanyahu, tem a ver com o facto de perceber que há uma ala esquerda do Partido Democrata, nomeadamente os jovens, que é mais pró-palestiniana, que critica a posição da Administração Biden de apoiar a operação militar israelita sangrenta em Gaza”.