Germano Almeida lembra que o dinheiro para a Ucrânia está a acabar e é preciso resolver o impasse em Washington. A presença de Zelensky em Washington pode ajudar a desbloquear o apoio a Kiev. Considera que Israel está numa situação muito difícil porque “a operação militar israelita em Gaza tem sido extremamente violenta, tem sido uma autêntica carnificina”.
"O tempo está mesmo a contar e o dinheiro para a Ucrânia está mesmo a acabar. As próximas semanas são decisivas".
A Casa Branca tenta mostrar algum otimismo, com o porta-voz do Presidente Biden a dizer que a Casa Branca espera até ao final do ano conseguir aprovar um novo pacote de ajuda à Ucrânia, mas um impasse político nos Estados Unidos mantém-se pelas reservas de muitos congressistas republicanos.
Germano Almeida sublinha que “o problema é profundo” e que “Putin sabe disso e está a tentar também aproveitar esse problema”.
Zelensky disse isso ontem, já nos Estados Unidos, num discurso à Universidade de defesa nacional com o secretário da Defesa Austin ao lado, disse que Putin quer aproveitar esse impasse político para impor uma autocracia na Ucrânia para travar a liberdade.
“O Presidente ucraniano apresentou-se como o primeiro defensor da liberdade e [referiu] como é importante para os Estados Unidos e para outros líderes de países livres dar esse apoio à Ucrânia”.
Do lado europeu, também encontra entraves. Zelensky conversou há dias com Orban numa tentativa de mudar a posição da Hungria no que diz respeito à adesão à União Europeia
“Enquanto a ajuda do principal apoiante da Ucrânia, os Estados Unidos, não se resolve, Orban está a explorar também essa questão como uma espécie de cavalo de Tróia de Putin no seio da União Europeia”.
Conflito no Médio Oriente
Netanyahu diz que está a começar o princípio do fim do Hamas, um dos dois grande objetivos israelitas em Gaza.
"Israel está numa situação muito difícil, primeiro ponto de vista reputacional, porque todos os dias há indicações de que a operação militar israelita em Gaza tem sido extremamente violenta, tem sido uma autêntica carnificina.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, diz que a situação em Gaza é catastrófica, apocalíptica, que só comparável ao que aconteceu na Segunda Guerra Mundial.
“Enquanto isso, Netanyahu vai continuar a sua operação porque tem a noção que depois de 7 de Outubro não tem outro caminho que não seja destruir militarmente o Hamas, mas infelizmente destruir militarmente o Hamas em Gaza implica uma situação de a absolutamente insustentável para Israel, que é causar o número de baixas civis que de facto, não é sustentável”.