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Ofensiva terrestre israelita: "Vai ser o maior massacre de civis com resultado medíocre do ponto de vista militar"

O jornalista Rui Cardoso faz uma análise à visita de Kamala Harris à região e ao papel dos EUA neste conflito e a intensificação da ofensiva terrestre israelita.

SIC Notícias

A vice-presidente dos EUA Kamala Harris visita Israel e a Cisjordânia para coordenar a delegação norte-americana encarregue de discutir os planos pós-guerra para a região. Segundo Rui Cardoso, há vozes discordantes no seio da Administração Biden “sobretudo no próprio Departamento de Estado, criticando política seguida por Biden". O jornalista salienta

"Os Estados Unidos têm sido relativamente firmes e claros na questão de que Israel, a retomar as operações militares, deveria fazê-lo com contenção, procurando que houvesse um mínimo de baixas civis. Dever-se-ia, apesar de tudo avançar para um novo processo tréguas, a questão é que isto, por justo que seja, são só conselhos. Apenas na altura em que os Estados Unidos utilizarem as suas alavancas de pressão sobre Israel - as militares - é que podem fazer sentir que de facto estão a falar a sério e não apenas a dar conselhos".

Israel deu ordens de evacuação em mais de 20 zonas

Há um intensificar da ofensiva terrestre israelita, com Telavive a dar ordens de evacuação em mais de 20 zonas no centro do território. A operação estende-se agora para a zona sul da Faixa de Gaza, principalmente na região de Khan Yunis, com Israel a dizer às populações populações para que saiam das suas casas e que vão ainda mais para sul, para os campos de refugiados de Rafah, junto à fronteira com o Egito.

“De certeza absoluta vai ser o maior massacre de civis com um resultado francamente medíocre do ponto de vista militar (…) Ou há novas tréguas ou vão morrer mais uns largos e milhares de pessoas".

Para Rui Cardoso, a solução para a atual guerra tem de passar por negociações.

“Isto tem uma solução, que se tem falado nos bastidores, que é uma negociação. Voltem a envolver o Egito, Catar, os Estados Unidos e que pode passar, por exemplo, pela saída para exílio da cúpula militar do Hamas para países do Golfo”.

E para isso acontecer e para isso depois ter efeitos práticos relativamente à tal solução de dois Estados “tal significa quem se senta na cadeira de Primeiro-Ministro de Israel não pode, com certeza, ser Netanyahu”.

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