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“Há nesta altura claramente um intensificar da operação terrestre israelita"

O jornalista da TSF Ricardo Alexandre faz um balanço do último fim de semana dos ataques israelitas contra a Faixa de Gaza.

SIC Notícias

Um navio de guerra americano e vários navios comerciais foram atacados no Mar Vermelho no domingo, informou o Pentágono. Rebeldes houthi do Iémen têm lançado uma série de ataques a embarcações no Mar Vermelho, bem como drones e mísseis contra Israel, que trava uma guerra contra o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.

O jornalista da TSF Ricardo Alexandre explica que não é a primeira vez que os rebeldes houthi tentam atacar os navios americanos que estão no Mar Vermelho, especialmente com drones, que têm sido intercetados e que, depois da rutura das negociações Israel-Hamas e da rutura da trégua na semana passada, "era previsível que isto viesse a acontecer”.

“Há de facto na região um conjunto de movimentos que são apoiados pela República Islâmica do Irão, no caso os rebeldes houthi do Iémen ou o Hezbollah, no Líbano, têm apoio claro do Irão e que tem atacado interesses americanos ou então posições israelitas, principalmente desde que começou a guerra ou a resposta do de Israel aos atentados de 7 de outubro”.

Intensificar da operação terrestre israelita

As autoridades israelitas dizem que atingiram 400 alvos do Hamas e asseguram ter matado um comandante e três soldados do grupo terrorista. Desde que Telavive retomou os ataques, morreram mais de 300 pessoas tanto no norte como no sul de Gaza.

“Creio que os ganhos [para Israel] ainda são limitados, apesar de alguns comandantes do Hamas terem sido eliminados, mas a destruição é imensa e o balanço é muito pesado em termos de vidas humanas, morreram muitas centenas de pessoas só este fim de semana”.

A operação estende-se agora para a zona sul da Faixa de Gaza, principalmente na região de Khan Yunis, com Israel a dizer às populações populações para que saiam das suas casas e que vão ainda mais para sul, para os campos de refugiados de Rafah, junto à fronteira com o Egito, mas também essa zona tem sido alvo de bombardeamentos.

“Há nesta altura claramente um intensificar da operação terrestre, ainda que, de acordo com a imprensa israelita, Israel ainda esteja a limpar o terreno na parte norte da Faixa de Gaza, porque nesta altura é basicamente toda a Faixa de Gaza que está a ser bombardeada e com combates terrestres também, agora concentrados na faixa na zona sul dessa Faixa de Gaza”.

Cessar-fogo “nesta altura parece difícil”

“Há muita pressão internacional sobre o Governo de Israel, mas Benjamin Netanyahu, mais preocupado com a sua sobrevivência política, acaba por ceder às pressões dos membros mais radicais e mais extremistas do seu governo”, explica Ricardo Alexandre.

Por outro lado, um porta-voz do Hamas disse no fim de semana que já não há reféns para trocar, já não há mulheres e crianças em cativeiro do Hamas, aqueles que possam existir o Hamas não tem como os contactar, isto dando a entender que ou foram vítimas dos próprios bombardeamentos israelitas ou estão nas mãos de outros grupos palestinianos, “fechando também aí a porta à continuação da troca de de reféns por prisioneiros, impossibilita que nesta altura, se voltar àquilo que aconteceu a semana passada”.

Kamala Harris em Israel

A vice-presidente dos EUA “provavelmente dará continuação àquilo que já fez Antony Blinken, que é reiterar o apoio a Israel, que isso tem acontecido sempre, mas ao mesmo tempo tentar que as partes voltem às negociações, que haja novamente negociações entre Israel e os mediadores do Qatar e do Egito. E, ao mesmo tempo que Israel possa de alguma forma minimizar os danos aos civis, que nesta altura são tremendos”.

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