Ninguém em Israel fica indiferente perante o retorno dos reféns: em Telavive uns rezam, outros choram, e há quem não seja capaz de esconder a sua alegria.
“Por um lado, estamos felizes por quem volta e esperamos que estejam com saúde. Mas há quem ainda não tenha voltado. A nossa vida é alegria e tristeza ao mesmo tempo”, conta Ilania, familiar de reféns.
Ohad, de nove anos, foi libertado ao mesmo tempo que a mãe e a avó. Foi recebido no hospital por médicos e psicólogos que o acompanham a todo momento. Até que finalmente se encontra pela primeira vez com o pai.
Yoni Asher nunca imaginou o que aconteceria à sua esposa Doron no dia do massacre, quando visitaram a avó no kibutz Nir Oz.
Doron e as filhas - Raz, de cinco anos, e Aviv, de dois - viram como 200 terroristas assaltaram o kibutz, mataram 38 pessoas e sequestraram outras 77. A mãe e as duas filhas foram levadas à força para Gaza. Agora reencontram-se com o pai no hospital.
“Raz: sonhei que estava a voltar para casa.
Yoni [pai]: sonhaste que estavas a voltar para casa? O sonho tornou-se realidade, estamos em casa. Iremos para casa muito em breve”.
Danielle Aloni, de 45 anos, foi uma das primeiras reféns difundida pelo Hamas num video filmado num túnel de Gaza, que em Israel foi definido como terrorismo psicológico.
“Ninguém veio lá para nos proteger! Ninguém nos protegeu! E nós, cidadãos israelitas inocentes, estamos agora em cativeiro”, dizia, na altura, no vídeo divulgado pelo grupo islâmico.
Danielle foi libertada com a sua filha Emília, de cinco anos, com quem esteve 50 dias nas mãos dos terroristas do Hamas.
Segundo Danielle, os primeiros dias foram caóticos e muito violentos, mas nos últimos tempos os reféns têm estado a ser melhor tratados e alimentados, para conseguir assim trocá-los por presos palestinianos nas prisões de alta segurança israelitas, conta.