Javier Milei, o anarcocapitalista da argentina, foi eleito presidente este domingo, retirando a esquerda de Massa do poder. Para Ricardo Alexandre, comentador SIC, o povo argentino já estava cansado com a situação económica do país e queria mudança.
Com 143% de inflação anual e 40% da população a viver no limiar da pobreza, Ricardo Alexandre analisa o que a eleição de Javier Milei significa para o futuro da Argentina.
"A Argentina vê um salto no desconhecido e o futuro não vai ser fácil. As propostas de Milei são radicais, especialmente na economia, pretende dolarizar a economia e o próprio FMI já veio dizer que a Argentina precisa de ter um stock de dólares que não tem", alerta Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC.
O perfil de Milei relaciona-se com Margaret Tatcher, a quem reconhece valor e acaba por ser uma referêcia. Da mesma forma, o presidente eleito argentino usou “palavras menos honrosas”, segundo o jornalista da TSF Ricardo Alexandre, em relação a Diego Maradona, que tem um grande peso para os argentinos.
Mesmo assim, conseguiu ser eleito “porque os argentinos estão cansados com a situação económica do país”.
Milei já foi congratulado por Jair Bolsonaro, ex-presidente brasileiro de direita, e também tem o apoio de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. No entanto, não são essas relações externas que o preocupam.
“Milei não está preocupado com a integração regional no bloco latino-americano, ele é um ultraliberal que acha que o Estado serve para pouco, quer cortar despesas sociais para 15%, acha que tudo deve ser feito através das empresas, mas vai se relacionar melhor com presidentes de direita, do que os da esquerda, não sendo nacionalista como Bolsonaro e Trump, mas situa-se no espaço de direita radical, ele diz-se anarcocapitalista, ele é alguém que prospera mais no caos do que na ordem e disciplina”, conclui o comentador SIC.