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Jovem de Mariupol levado para a Rússia em 2022 regressa à Ucrânia

Bogdan Iermokhine vivia em Mariupol quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Foi transferido para Donetsk e depois para Moscovo, onde lhe deram um passaporte russo. Regressou ao país de origem no dia do seu aniversário.

Reuters

Lusa

Um jovem ucraniano de 17 anos, que foi levado para a Rússia após este país invadir a Ucrânia, regressou este domingo ao país de origem, anunciaram autoridades de ambos os países.

"Hoje, no dia 19 de novembro, dia do seu aniversário, Bogdan [jovem] regressou à Ucrânia", regozijou-se o comissário dos Direitos Humanos do parlamento ucraniano, Dmytro Loubinets, na rede social Telegram, citado pela agência France Presse.

O responsável, que publicou várias fotos de Bogdan Iermokhine com a bandeira ucraniana nas mãos, sublinhou o papel do "Qatar e da UNICEF" no repatriamento do adolescente, sem dar mais detalhes.

"Foi um caminho espinhoso. Bogdan viveu muita coisa durante a sua permanência na Rússia, mas apesar de tudo queria voltar para casa", disse.

O chefe da administração da presidência de Kiev, Andriï Iermak, indicou também que o adolescente "já estava na Ucrânia com a irmã". A comissária russa para Crianças, Maria Lvova-Belova, confirmou, igualmente na Telegram, o regresso de Bogdan Yermokhin à Ucrânia.

O adolescente vivia em Mariupol, cidade industrial no sudeste da Ucrânia e estava a receber formação no setor da metalurgia na altura da invasão russa em fevereiro de 2022, segundo relatam meios de comunicação social.

Juntamente com um grupo de mineiros ucranianos de Mariupol, o jovem foi primeiro transferido para Donetsk, capital regional sob controlo russo e, posteriormente, para Moscovo, segundo o site ucraniano Graty.

As autoridades russas deram-lhe o passaporte deste país, tal como fizeram a muitos outros ucranianos nas áreas ocupadas.

Em março, Bogdan tentou fugir da Rússia para regressar à Ucrânia, mas acabou detido pelas autoridades russas perto da fronteira com a Bielorrússia.

A Ucrânia estima que 20 mil crianças ucranianas foram enviadas à força para a Rússia e que, destas, apenas cerca de 400 foram repatriados pelas autoridades nesta fase.

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