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Rússia preocupada com ameaça de uso de bomba nuclear contra Gaza

O ministro da extrema-direita, Amihai Eliyahu, que foi suspenso, admitiu no fim de semana a utilização de "uma bomba nuclear" como forma de resolver a guerra entre Israel e o Hamas.

AMIR COHEN

SIC Notícias

A Rússia apelou esta terça-feira à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para analisar a ameaça de uso de armas nucleares contra a Faixa de Gaza feita por um ministro israelita, que foi suspenso pelo primeiro-ministro.

O ministro em causa, Amihai Eliyahu, da extrema-direita, admitiu no fim de semana a utilização de "uma bomba nuclear" como forma de resolver a guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.

"Ele referia-se aos recursos disponíveis no seu país ou à utilização de [recursos] norte-americanos? Ninguém explicou. Todas estas perguntas exigem uma resposta", comentou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

As palavras do ministro do Património israelita "levam a escalada a um nível completamente diferente", disse Zakharova, segundo a agência russa Interfax.

O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, distanciou-se no domingo das declarações de Eliyahu e anunciou a sua suspensão das reuniões ministeriais "por tempo indeterminado", mas sem o demitir.

Na sequência das declarações do ministro israelita, o Irão apelou na segunda-feira à ONU e à AIEA para que tomassem "medidas rápidas e imediatas" para "desarmar o regime selvagem e de 'apartheid' de Israel".

Para Teerão, as declarações Eliyahu "são um sinal de que o regime foi derrotado pela resistência", segundo a agência espanhola Europa Press.

Israel tem sido um dos principais opositores ao restabelecimento do acordo nuclear assinado em 2015 pelo Irão, de que os Estados Unidos se retirarem unilateralmente em 2018,

O Governo israelita alertou em numerosas ocasiões que Teerão procura adquirir armas nucleares, o que é negado pelas autoridades iranianas.

O Irão tem repetidamente sublinhado que Israel é o único país do Médio Oriente que possui armas nucleares e não é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear.

Israel mantém uma política de ambiguidade e não confirma oficialmente a posse de armas nucleares, embora se acredite que as possua, na sequência da revelação do seu programa por um antigo técnico nuclear na década de 1980.

A Rússia tem o segundo maior arsenal nuclear, depois dos Estados Unidos, e também já insinuou usá-lo contra a Ucrânia, embora ressalvando que só o faria se a sua existência estivesse em causa.

Com LUSA

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