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Israel intensifica ataques à Cisjordânia: "Não estamos melhor do que as pessoas em Gaza"

“Rebentaram com a casa toda. Só consegui sair com a t-shirt e as calças que tenho vestidas. Não estamos melhor do que as pessoas em Gaza”, afirma um residente em Jenin, onde um campo de refugiados foi atacado.

Sílvia Lima Rato

Gonçalo de Freitas

O Programa Alimentar Mundial alerta para a urgência de aumentar a ajuda humanitária na Faixa de Gaza, mas não só. Também a Cisjordânia está a ser alvo das incursões militares israelitas.

Desde o ataque do Hamas, a 7 de outubro, as forças de Telavive aumentaram os ataques no território palestiniano ocupado por Israel e já mataram mais de 150 pessoas na Cisjordânia.

Muitos só conseguem ver destroços pela frente, resultado das explosões provocadas pelo exército israelita.

“Rebentaram com a casa toda. Só consegui sair com a t-shirt e as calças que tenho vestidas. Não estamos melhor do que as pessoas em Gaza”, afirma um residente em Jenin.

Em Gaza, metade das vítimas são crianças

Na Faixa de Gaza, o Hamas diz que já morreram mais de 9.700 pessoas desde o início do conflito. Quase metade das vítimas são crianças.

Do Vaticano, o Papa Francisco voltou a lançar o apelo para um cessar fogo, a libertação dos reféns e a ajuda humanitária para Gaza, onde a população luta por sobreviver.

A ajuda humanitária que chega não é suficiente. O Programa Alimentar Mundial distribui alimentos às famílias nos refúgios da ONU e deslocadas, e dinheiro para a compra de bens, mas há poucas lojas abertas.

As necessidades aumentam e o abastecimento é cada vez mais escasso.

“As pessoas estão a viver um pesadelo horrível. Começam a faltar os alimentos e a água”

Há duas semanas que a ajuda humanitária entra por Rafah, o posto fronteiriço que liga Gaza ao Egito. Mas o governo egipicio queixa-se das dificuldades logísticas impostas por Israel que só permite a entrada depois de inspeccionar os camiões que levam água, alimentos, material médico e medicamentos.

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