Quase um milhão de palestinianos fugiram para o sul de Gaza. Por todo o enclave, a situação humanitária é cada vez mais dramática. Com a saída de estrangeiros, através da fronteira com o Egito, há famílias que ficam separadas.
Farah, de 11 anos, conseguiu fazer a viagem até ao sul de Gaza com a mãe e o irmão. O passaporte americano dá-lhe a oportunidade de sair. O pai fica na palestina.
“Meu pai disse-me para me manter seguro. Abraçou-me e beijou-me na testa porque estava preocupado comigo”, disse Farah Salouha.
Salouha viveu os últimos cinco anos no território palestiniano, onde estudou e fez amigos. Mas as memórias do fim da infância ficam marcadas pela guerra.
Segundo as autoridades norte-americanas, quase um milhão de civis fugiram para o sul de Gaza.
Um beco sem saída
Com território cercado, os hospitais em rutura e os bombardeamentos das forças de Israel, os palestinianos estão num beco sem saída.
Apenas alguns vão conseguir sair do território. As fronteiras foram abertas para poucos feridos graves e para estrangeiros. O processo de saída deverá levar, pelo menos, duas semanas.
"Saímos da guerra, mas os nossos corações continuam lá"
Uma outra jovem mulher americana, com ascendência palestiniana, chegou ao Cairo este sábado. Não sabe quando voltará a Gaza.
“É verdade que nós saímos da guerra, mas os nossos corações continuam lá. A minha família inteira ainda está lá. Espero que eles estejam bem e que a guerra termine", conta Hurra Mohamed Temraz.
O balanço das autoridades de Gaza diz que morreram quase 10.000 pessoas.
Israel afirma que está a atacar alvos do Hamas e que, por isso, as vítimas civis são responsabilidade do grupo terrorista.