Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, mais de uma centena de palestinianos morreu na Cisjordânia. A Autoridade Palestiniana acusa os israelitas de estarem a reprimir a população e a permitir os ataques de colonos judeus a palestinianos.
Com foco mediático a incidir sobre Israel e a Faixa de Gaza, a violência que se vive na Cisjordânia desde o início da guerra tem passado quase despercebida.
Mas para os quase três milhões de palestinianos que vivem neste território quase totalmente controlado por Israel desde 1967, o conflito em Gaza trouxe dias ainda mais tensos e imprevisíveis.
"A vida na Cisjordânia é inferno. Dividiram toda a Palestina em zonas fechadas, onde é difícil deslocarmo-nos de uma zona para a outra, mesmo a pé", afirmou um habitante daquela região.
As manifestações contra os bombardeamentos em Gaza são apenas uma parte da expressão dessa tensão crescente.
Com o argumento de que é necessário prevenir qualquer ataque de militantes da Cisjordânia e proteger os mais de 450 mil colonos judeus que vivem no território ocupado, Telavive ergueu mais barreiras e postos de controlo, que limitam ainda mais os movimentos da população palestiniana.
A pressão securitária exercida pelo governo israelita traduz-se também em mais raides, mais detenções, cerca 900 desde 7 de outubro, e mais mortes de palestinianos.