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Mais de 1.200 migrantes chegam às Canárias em barcos precários

No sábado, chegaram às ilhas Canárias cinco embarcações precárias e, este domingo, foi resgatada mais uma. Cerca de 1.000 migrantes foram levados para El Hierro, a ilha mais a sul do arquipélago.

Diogo Teixeira Pereira

Uma embarcação com 81 pessoas a bordo chegou este domingo ao porto de La Restinga, na ilha espanhola de El Hierro, elevando para 1.238 o número de migrantes que chegaram este fim de semana às Canárias.

Segundo fontes do Salvamento Marítimo e do Centro de Coordenação de Emergência e Segurança do governo regional das Canárias ouvidas pela agência espanhola Efe, o alerta da chegada desta embarcação ocorreu por volta das 08.00 horas locais (09:00 em Lisboa), quando se encontrava perto do porto de La Restinga.

De acordo com a contagem provisória, a embarcação era ocupada por 81 homens, 10 dos quais menores de idade, e todos em aparente bom estado de saúde.

Esta chegada acontece um dia depois de 1.157 migrantes de origem subsaariana terem chegado às Ilhas Canárias, a maioria deles, cerca de 1.000 a el Hierro, a ilha mais a sul do arquipélago.

Os migrantes que chegaram a El Hierro seguiam em cinco embarcações precárias, uma delas a maior da história desta rota, com 320 pessoas a bordo.

A maioria destas embarcações foram resgatadas em alto mar pelas autoridades espanholas.

Entre sexta-feira e sábado, também a marinha senegalesa intercetou três embarcações precárias, com 361 pessoas, incluindo 51 menores.

"A marinha nacional intercetou, nos dias 20 e 21 de outubro de 2023, três embarcações que transportavam um total de 361 candidatos à migração irregular, incluindo 29 mulheres e 51 menores", informou a organização, numa mensagem difundida ao início da manhã na rede social X (antigo Twitter).

"Os migrantes foram desembarcados e entregues aos serviços estatais competentes", acrescentou a mesma fonte

O Senegal é um país de trânsito e de origem para os migrantes que estão a chegar irregularmente às ilhas espanholas das Canárias, uma rota que está a atingir, nos últimos meses, números sem precedentes desde 2006.

De acordo com dados publicados na segunda-feira pelo Ministério do Interior espanhol, 23.537 migrantes chegaram ao arquipélago das Canárias entre 1 de janeiro e 15 de outubro deste ano, o número mais elevado desde o recorde de 2006, quando se registaram 31.678.

Só na primeira quinzena de outubro, chegaram às ilhas um total de 8.561 pessoas.

Após o encerramento das fronteiras terrestres devido à pandemia de covid-19 e às dificuldades económicas agravadas por essa crise, a chamada "rota atlântica", uma das mais perigosas do mundo para a migração, parecia mostrar sinais de estabilização e até de declínio durante 2022 e na primeira metade de 2023.

Perante este aumento de casos, o governo espanhol já anunciou que vai reforçar a vigilância das costas do Senegal e da Mauritânia durante um mês e meio com um avião da Guarda Civil, com a colaboração de ambos os países, para impedir a saída das embarcações.

Com LUSA

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