O terminal de Rafah, o único acesso à Faixa de Gaza não-controlado por Israel, abrirá na sexta-feira para permitir a passagem de ajuda humanitária àquele território palestiniano, noticiou esta quinta-feira uma estação televisiva próxima dos serviços secretos do Egito.
Citando "fontes", a estação de televisão AlQahera News indicou que "Rafah abrirá amanhã (sexta-feira)", sem fornecer mais pormenores sobre a ajuda que chegará ao enclave palestiniano pobre há 12 dias sob ataque israelita, após um ataque do movimento islamita Hamas a Israel, a 7 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis.
Durante a noite, o Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou ter obtido do homólogo egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, a garantia de "deixar entrar até 20 camiões", um número absolutamente insuficiente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Cairo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu esta quinta-feira "um acesso humanitário rápido e sem obstáculos" que permita a entrega da ajuda à Faixa de Gaza, apelando também para "um cessar-fogo humanitário imediato".
A ajuda para milhões
As colunas de ajuda humanitária, que devem chegar a esta língua de terra exígua onde vivem 2,4 milhões de palestinianos, estão retidas há dias no terminal de passagem de Rafah.
Bairros inteiros foram arrasados e estão sem água, comida e eletricidade, e mais de um milhão de pessoas foram deslocadas após o cerco imposto a 09 de outubro por Israel a Gaza, já submetida a um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo desde que o Hamas -- classificado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia - tomou o poder, em 2007.
No terminal de Rafah, egípcios repararam hoje os danos causados pelos bombardeamentos israelitas, para deixar passar os camiões de ajuda, segundo testemunhas, e dezenas de pessoas concentraram-se no local, na esperança de que a reabertura do ponto de passagem lhes permita abandonar aquele território palestiniano.
No 13.º dia de guerra mortífera entre Israel e o Hamas, que prossegue apesar de uma intensa atividade diplomática, o Exército israelita continuou esta quinta-feira a bombardear a Faixa de Gaza.