O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou este sábado que se registaram 189 atos antissemitas em França desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel, a 07 de outubro.
"Foram registados 189 atos antissemitas desde sábado passado e também 2.449 denúncias na plataforma Pharos relacionadas com a apologia do terrorismo ou comentários antissemitas na Internet", declarou Darmanin numa conferência de imprensa no seu ministério.
Entretanto, aumentou o número de cidadãos franceses mortos nos ataques do Hamas a Israel, cifrando-se atualmente em 17 mortos e 15 desaparecidos, indicou o gabinete da ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, acabada de regressar de Telavive.
Os cidadãos franceses mortos foram identificados entre as vítimas dos ataques, referiu o gabinete da MNE francesa, acrescentando que Colonna se encontrará no domingo com famílias francesas que estão sem notícias dos seus membros.
Depois de um jornalista ter sido morto e vários outros feridos na sexta-feira no sul do Líbano, junto à fronteira com Israel, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês emitiu um comunicado pedindo que "todos os que trabalham em defesa de uma informação livre e independente sejam protegidos".
"França envia as suas condolências às famílias e aos colegas do jornalista morto no exercício das suas funções no Líbano" e "deseja uma rápida recuperação dos seus colegas feridos", declarou o ministério na nota de imprensa.
O Quai d'Orsay (sede do MNE francês) reafirmou também "o seu empenho permanente e determinado, em todo o mundo, em prol da liberdade de imprensa e da proteção dos jornalistas".
"Prestamos homenagem a todos aqueles que trabalham para a defesa de uma informação livre e independente e pedimos que sejam protegidos", acrescentou o ministério.
A Presidência da República francesa reagiu à situação tensa na fronteira entre o Líbano e Israel, que classificou como preocupante, defendendo que os libaneses e o forte movimento armado pró-iraniano Hezbollah devem "manter-se à margem do conflito" entre Israel e o Hamas.
O Hezbollah e os libaneses devem "imperativamente dar provas de contenção para evitar abrir uma segunda frente [de combate] na região" do Médio Oriente, cuja "primeira vítima seria o Líbano", sustentou o Eliseu em declarações à imprensa.
Além disso, a Presidência francesa sublinhou que o Irão, um dos principais atores da região, deve igualmente "abster-se de se juntar às tensões" e "de fornecer apoio operacional" ao Hamas.
"Mas nós sabemos que armas do Irão foram para Gaza, que o controlo do mar é difícil e conhecemos os laços que unem o Hezbollah ao Irão", observou um porta-voz da Presidência francesa.
"O Irão tem um papel a desempenhar que pode ser muito negativo na atual situação, mas também pode ter um papel positivo, que é a abstenção", para "impedir uma escalada no conflito regional", acrescentou o porta-voz, afirmando que o Presidente francês, Emmanuel Macron, vai contactar o homólogo iraniano para lhe transmitir esta mensagem.