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Ucrânia na UE? Declarações de Zelensky "não são realistas"

Victor Ângelo analisa as declarações de Volodymyr Zelensky sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia e o possível travão dos EUA no apoio a Kiev.

SIC Notícias

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que é apenas uma questão de tempo até o país aderir à União Europeia (UE).

Victor Ângelo, conselheiro em segurança internacional e antigo Secretário-geral-adjunto da ONU, considera que as declarações de Zelensky "não são realistas e vai demorar bastante tempo antes da Ucrânia conseguir entrar" na UE.

"A questão agrícola é fundamental e a Ucrânia tem uma produtividade muito superior à média da UE"

O antigo Secretário-geral-adjunto da ONU julga que existirá oposição "por parte de alguns estados-membros na admissão da Ucrânia", acreditando que "a questão agrícola é fundamental e a Ucrânia tem uma produtividade muito superior à média da UE".

Isto poderá ser "uma razão a que vários países tenham reticências" na admissão da Ucrânia como membro da UE.

O que deixa algumas dúvidas a Victor Ângelo é a "possibilidade da Ucrânia vir a ser membro efetivo da NATO" e sublinha "haverá certamente dentro da NATO quem se oporá à admissão", dando o exemplo do que está a acontecer à Suécia.

EUA meteu um travão no apoio à Ucrânia?

O Pentágono avisou o Congresso norte-americano que está a ficar sem dinheiro para substituir o armamento que foi enviado para a Ucrânia, indicando já ter sido forçado a abrandar o reabastecimento de algumas tropas.

Víctor Ângelo destaca duas coisa sobre a decisão norte-americana. A primeira é "preciso ser otimista (...) é preciso acreditar que as promessas feitas pela União Europeia e pela NATO serão concretizadas", contudo o conselheiro é realista e vê "as imensas dificuldades na concretização dessas promessas".

Por outro lado, na ajuda da União Europeia à Ucrânia é "preciso ter em conta que em termos financeiros a ajuda anual é equivalente a dois meses de ajuda dos EUA".

"Estamos a falar de duas realidades completamente diferentes. Os cinco mil milhões de euros prometidos pelos norte-americanos correspondem a dois meses de ajuda", diz Victor Ângelo.

O conselheiro sublinha ainda que a ajuda norte-americana costuma ser "na ordem dos 2,7 biliões de dólares".

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