Vladimir Putin deverá receber, na Rússia, Kim Jong Un, o líder norte-coreano. De acordo com o jornal norte-americano New York Times, os dois deverão discutir a possibilidade de a Coreia do Norte fornecer armas a Moscovo. O encontro entre ambos deverá acontecer em Vladivostok este mês.
O jornal norte-americano noticia esta reunião entre os dois líderes da Rússia e Coreia do Norte em Vladivostok, após o ministro da defesa russo ter dito que os exercícios conjuntos com Pyongyang estão a ser equacionados.
Aproximações da Coreia do Norte a Moscovo
Após o fracasso do processo de diálogo sobre desnuclearização entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, o regime norte-coreano tem redobrado os esforços para uma maior aproximação a Moscovo num período de polarização global agravado pela guerra na Ucrânia e quando Washington procura estabelecer uma frente comum nesta região asiática com Seul e Tóquio.
Numa referência ao lançamento na semana passada de dois mísseis de cruzeiro por Pyongyang, que a Coreia do Norte qualificou de simulacro nuclear tático, o chefe dos serviços secretos sul-coreanos assegurou que apenas um dos engenhos obteve os resultados pretendidos pela Coreia do Norte ao atingir um objeto simulado.
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou este mês, também, que a Rússia e a Coreia do Norte vão expandir as relações bilaterais, “com esforços comuns”.
Segundo a KCNA - a agência de notícias estatal de Pyongyang -, Putin enviou uma carta ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, no âmbito do dia da libertação da Coreia do Norte, que se assinala esta segunda-feira.
O Presidente russo salientou ainda que uma maior proximidade seria do interesse de ambos os países e ajudaria a fortalecer a segurança e a estabilidade na península coreana e no nordeste asiático.
A mesma fonte refere que Kim Jong-un também enviou uma carta a Putin, na qual reitera que a "amizade" entre Moscovo e Pyongyang foi forjada na II Guerra Mundial, com a vitória sobre o Japão.
A “cooperação estratégica e tática, apoio e solidariedade” entre os dois países desde então atingiram um novo nível nos esforços comuns para frustrar ameaças e provocações de forças militares hostis, terá escrito o líder norte-coreano. Sem referir que "forças hostis" eram estas, é expectável que Kim Jong-un se referisse aos Estados Unidos e aos seus aliados, já que é uma expressão frequentemente usada pelo governante.
Kim Jong-un previu ainda que a cooperação entre a Rússia e a Coreia do Norte irá crescer, com base num acordo assinado em 2019, quando se encontrou com Putin.