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Guterres condena "veementemente" a "mudança inconstitucional" de governo no Níger

O acesso ao palácio presidencial em Niamey está bloqueado. O Presidente Mohamed Bazoum está detido. Militares do Níger afirmaram na quarta-feira à noite ter derrubado o regime de Mohamed Bazoum.

SIC Notícias

Lusa

O secretário-geral da ONU condenou "veementemente a mudança inconstitucional" de Governo no Níger, afirmou o porta-voz de António Guterres, na quarta-feira, depois de militares anunciarem o derrube do Presidente, Mohamed Bazoum.

Guterres está "profundamente perturbado" com a detenção de Bazoum, por membros da guarda presidencial, afirmou o porta-voz Stéphane Dujarric num comunicado.

"O secretário-geral apela à cessação imediata de todas as ações que minam os princípios democráticos no Níger", acrescentou.

Washington pede "libertação imediata" do Presidente

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, pediu a "libertação imediata" de Mohamed Bazoum, líder do Níger, onde soldados cercam o palácio presidencial e afirmam ter tomado o poder.

"Falei com o Presidente Bazoum esta manhã e deixei claro que os Estados Unidos o apoiam firmemente como chefe de Estado democraticamente eleito do Níger. Pedimos a libertação imediata", disse Blinken, em visita à Nova Zelândia.

Militares dizem ter derrubado o regime de Bazoum

Militares do Níger afirmaram na quarta-feira à noite ter derrubado o regime de Bazoum, através de um comunicado lido na televisão nacional em Niamey, capital do país africano, em nome de um Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).

"Nós, as forças de defesa e segurança, reunidas no seio do CNSP, decidimos por fim ao regime que conhecem", o do Presidente Bazoum, declarou o coronel Amadou Abdramane, rodeado por nove militares farda

dos, noticiou a agência France-Presse.

Os militares anunciaram ainda, no discurso televisivo, o encerramento das fronteiras e a entrada em vigor do recolher obrigatório “até novo aviso”, entre as 22:00 e as 05:00.

Em três declarações lidas na televisão nacional, os representantes dos golpistas, organizados numa plataforma autodenominada CNSP, reafirmaram o seu "respeito por todos os compromissos assinados pelo Níger".

Os militares justificaram o golpe com a "contínua deterioração da situação de segurança e má gestão económica e social" e sublinharam que "todas as instituições" da república estão suspensas.

Acesso ao palácio presidencial bloqueado, Presidente detido

O acesso ao palácio presidencial do Níger em Niamey está bloqueado desde quarta-feira de manhã e a estrada que conduz ao edifício continua fechada ao trânsito por elementos da guarda presidencial, disseram à agência EFE fontes no local.

O Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, está detido desde a manhã por membros da guarda presidencial, na sequência do fracasso das conversações sobre pontos que permanecem desconhecidos.

Estados Unidos e a UE também já reclamaram a libertação do chefe de Estado nigerino.

A França, potência colonial até à independência do país, em 1960, tem um destacamento militar de 1.500 homens no Níger, o mais importante no Sahel, após a retirada de outros países, onde efetuou operações contra organizações fundamentalistas islâmicas.

O Níger é um dos países mais pobres do mundo. Sofre com a violência 'jihadista' e também com os efeitos das alterações climáticas e da crise alimentar que afeta milhões de pessoas.

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