O membro da Guarda Nacional Aérea do Massachusetts acusado de divulgação indevida de informação classificada, Jack Teixeira, contestou a sua prisão preventiva com recurso ao caso de Donald Trump.
O ex-presidente e outros acusados em um caso que também envolve documentos com classificação de segurança máxima vão aguardar o julgamento em liberdade.
O juiz que decidiu em maio que Teixeira, de 21 anos, deve permanecer detido entendeu que a sua libertação poderia levá-lo a sair do país ou a obstruir a justiça.
Advogados de Jack Teixeira tentam alterar decisão
Os advogados de Teixeira pretendem agora a reversão desta decisão. No seu recurso, os advogados argumentaram que Teixeira não tem capacidade financeira ou incentivos para fugir e consideraram que o governo "mais do que exagera o risco que representa para a segurança nacional".
Por outro lado, apontaram o facto de os procuradores não terem querido deter Trump, nem outro acusado - Walt Nauta -, mesmo que o antigo presidente e o seu colaborador "possuam meios extraordinários para saírem dos EUA".
Como apontaram, "o antigo presidente Trump e a Organização Trump têm propriedades em vários países e o antigo presidente Trump tem acesso a um avião privado. Mas o risco de fuga colocado pelo seu conhecimento de informação de segurança nacional e a sua capacidade de voar nem sequer motivou um pedido de entrega do passaporte".
Argumento para detenção “é ilusório”
Os advogados de Teixeira escreveram que "a abordagem diferenciada" nestes casos, ambos baseados na Lei da Espionagem, mostra que "o argumento [do governo] para a detenção de Teixeira é ilusório".
Em junho, Jack Teixeira declarou-se "não culpado" em relação às seis acusações de posse e transmissão ilegal de informação de defesa nacional, punida cada uma com até 10 anos de prisão.
Teixeira tem estado na prisão desde que a sua detenção em abril. Os seus advogados têm sugerido que deve ser libertado, confiado ao pai e confinado em casa, com a localização monitorização e sem acesso a internet.
Teixeira é acusado de partilhar documentos militares classificados sobre a invasão russa da Ucrânia e outros tópicos sensíveis de segurança nacional na Discord, uma plataforma das redes sociais, popular entre jogadores de videojogos.