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Bombeira morre num dos incêndios que devastam o Canadá há semanas

O Canadá tem neste momento mais de 900 incêndios ativos, incluindo mais de 570 fora de controlo. O primeiro-ministro, Justin Trudeau, recorda que a situação no país continua "extremamente grave", lamentando a morte "de partir o coração".

Eric Thayer

SIC Notícias

Lusa

Uma bombeira morreu na sexta-feira no oeste do Canadá, enquanto combatia no terreno um dos 'megaincêndios' que devastam o país nas últimas semanas, adiantaram esta sexta-feira as autoridades canadianas.

Esta é a primeira morte de um bombeiro desde o início desta histórica temporada de incêndios no Canadá, com mais de 900 incêndios ativos atualmente, incluindo mais de 570 fora de controlo.

"É com pesar que o nosso sindicato lamenta a perda de um membro da família, que morreu a lutar contra um incêndio nos arredores de Revelstoke", em Colúmbia Britânica, revelou o sindicato BCGEU.

O último bombeiro a morrer durante o combate naquela província canadiana foi em 2020.

A polícia federal e a agência de saúde e segurança daquela província iniciaram uma investigação.

Morte “de partir o coração”

O primeiro-ministro Justin Trudeau recordou esta sexta-feira que a situação no país continua "extremamente grave", lamentando a morte "de partir o coração".

"Nunca devemos esquecer os riscos que estes heróis correm sempre que se deparam com o perigo", apontou Trudeau.

Incêndios no Canadá

No país, o número de incêndios continua a aumentar, particularmente no oeste, onde em poucos dias se registaram várias centenas de focos de incêndios, maioritariamente desencadeados por trovoadas.

A Colúmbia Britânica, que recentemente ordenou novas evacuações, solicitou a assistência de 1.000 bombeiros internacionais adicionais.

Mas "é muito difícil obter recursos adicionais de combate a incêndios", explicou Cliff Chapman, porta-voz do corpo de bombeiros da província, na quinta-feira.

"É um trabalho muito perigoso. As condições em que nos encontramos tornam ainda mais perigoso para o nosso pessoal que trabalha 14, 16, 20 horas por dia a tentar fazer de tudo para manter esses incêndios longe de áreas estratégicas", acrescentou.

E a situação não vai melhorar com "o clima quente e seco esperado nos próximos meses", alertou Sarah Budd, do BCWS, à AFP: "Não esperamos nenhuma trégua do clima".

Com 9,7 milhões de hectares já consumidos pelos fogos em todo o país - ou seja, 11 vezes a média da última década -, o recorde anual absoluto de 1989 já foi amplamente superado.

O leste e o oeste do país são afetados simultaneamente e algumas províncias não acostumadas a incêndios também são afetadas.

Apenas um dos incêndios florestais que afetaram o norte do Quebec consumiu mais de um milhão de hectares.

O Canadá, que devido à sua localização geográfica está a aquecer mais rapidamente do que o resto do planeta, tem-se confrontado nos últimos anos com eventos meteorológicos extremos cuja intensidade e frequência têm sido aumentadas pelas alterações climáticas.

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