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Eleições na Turquia: Kremlin garante que cooperação vai continuar mesmo que Erdogan não vença

"Estamos a seguir as notícias da Turquia com grande atenção e interesse. Respeitaremos a escolha do povo turco. Mas, em qualquer caso, esperamos que a nossa cooperação continue, se aprofunde e se desenvolva", disse o porta-voz do Kremlin.

UMIT BEKTAS

Lusa

SIC Notícias

O Kremlin afirmou esta segunda-feira que as relações entre Moscovo e Ancara vão continuar a aprofundar-se, independentemente de quem vencer as eleições presidenciais turcas, que caminham para uma inédita segunda volta após a votação de domingo.

"Estamos a seguir as notícias da Turquia com grande atenção e interesse. Respeitaremos a escolha do povo turco. Mas, em qualquer caso, esperamos que a nossa cooperação continue, se aprofunde e se desenvolva", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov. “Estamos unidos à Turquia num vasto leque de domínios de cooperação mutuamente benéficos, seja na energia, no turismo, no comércio, na agricultura, nos transportes aéreos.”

Historicamente complicadas, as relações entre a Turquia e a Rússia fortaleceram-se nos últimos anos sob a liderança de Erdogan e do líder russo, Vladimir Putin.

Na semana passada, Kiliçdaroglu acusou a Rússia de interferir na campanha eleitoral, acusando-a de estar por trás da publicação de imagens manipuladas que levaram outro candidato da oposição a desistir pouco antes da votação.

Moscovo, que é regularmente acusado pelos países ocidentais de operações de influência eleitoral, negou qualquer interferência na Turquia.

Erdogan tem 49,4% dos votos, contra 45% de Kemal Kilicdaroglu

Segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo presidente da Comissão Eleitoral da Turquia, Ahmet Yener, com 99,4% dos votos contabilizados, o chefe de Estado cessante, Recep Tayyip Erdogan, tem 49,4% dos votos, contra 45% do candidato da oposição, Kemal Kilicdaroglu.

Ainda não se trata da divulgação de números definitivos, mas as eleições presidenciais turcas encaminham-se para uma segunda volta, com Erdogan a liderar, mas a ficar aquém dos votos necessários para uma vitória com maioria absoluta, embora tal não esteja posto totalmente de parte.

O terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, obteve 5,2% dos votos, até ao momento.

Durante a madrugada desta segunda-feira, Erdogan, 69 anos, disse aos apoiantes que ainda podia ganhar à primeira volta, mas sublinhou que respeitaria a decisão caso venha a realizar-se um segundo turno, a 28 deste mês.

Kilicdaroglu, 74 anos, mostrou-se esperançado numa vitória na segunda volta.

"Vamos ganhar com certeza a segunda volta e trazer a democracia", disse Kilicdaroglu.

Até ao momento, os resultados das eleições mostram que o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, no poder, pode vir a manter a maioria no Parlamento de 600 lugares.

A Assembleia perdeu grande parte do poder legislativo depois de um referendo em 2017, promovido por Erdogan e que alterou o sistema de governação do país para uma presidência reforçada.

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