A Estação Espacial Internacional (ISS) é o maior laboratório científico construído fora da Terra, que está em órbita há 24 anos a cerca de 400 km de altitude. É a maior construção que o Homem fez fora da Terra numa parceria inédita que junta nações rivais, mas a cooperação pacífica foi abalada com a anunciada saída da Rússia.
A 26 de julho de 2022, pouco depois da invasão da Ucrânia, a Rússia anunciou que iria deixar de operar a Estação Espacial a partir de 2024 e que tinha planos para construir a sua própria estação espacial, com lançamento previsto para 2030.
A NASA indicou estar a trabalhar em soluções para manter a ISS em órbita sem a ajuda da Rússia e em colaboração com os outros parceiros. E a boa notícia surgiu agora, com a agência espacial norte-americana a anunciar a 28 de abril que Estados Unidos, Japão, Canadá e os países da Agência Espacial Europeia (ESA) se comprometeram a continuar as suas operações até 2030 e a Rússia afirmou prolongar a sua participação até 2028.
“Os parceiros da Estação Espacial Internacional comprometeram-se em prolongar as operações desta plataforma única [que se encontra] na órbita baixa da Terra, onde, há mais de 22 anos, os humanos vivem e trabalham para o benefício da humanidade, conduzindo experiências científicas pioneiras e investigações em microgravidade”, segundo o comunicado no site da NASA.
Há 24 anos em construção contínua
Os parceiros da ISS começaram a construir o laboratório orbital em 1998, com o primeiro módulo a ser lançado a 20 de novembro. Foram precisos 42 lançamentos com material para a construção e a bordo já estiveram mais de 200 astronautas de 20 países.
Desde novembro de 2000, a ISS tem sido continuamente ocupada por equipas rotativas de astronautas
Desde então, 266 pessoas de 20 países visitaram a ISS e realizaram mais de 3.300 experiências nas condições únicas de microgravidade que a Estação possui, em várias disciplinas, incluindo ciências da Terra e do espaço, biologia, fisiologia humana, ciências físicas e demonstrações de tecnologia que não poderiam ser feitas na Terra.
“A Estação Espacial Internacional é uma parceria incrível com um objetivo comum para o avanço da ciência e da exploração”, disse Robyn Gatens, diretor da Divisão da Estação Espacial Internacional na sede da NASA em Washington. “Prolongar o nosso tempo a bordo desta incrível plataforma permite-nos colher os benefícios de mais de duas décadas de experiências e demonstrações de tecnologia, além de continuar a materializar descobertas ainda maiores que estão por vir.”