Um jornalista do diário norte-americano Wall Street Journal foi detido pelas autoridades russas por alegada espionagem. O Kremlin diz que Gershkovich foi apanhado em "flagrante delito".
Evan Gershkovich, de 31 anos, foi detido pelos serviços secretos russos sob acusação de espionagem. O correspondente norte-americano do Wall street Journal escrevia há vários meses sobre os avanços da guerra na Ucrânia.
Antes de ser preso, Gershkovich estaria a trabalhar num artigo sobre o grupo de mercenários Wagner.
De acordo com as autoridades russas, o jornalista terá recolhido informação classificada sobre a atividade de uma das empresas do complexo industrial militar russo.
O porta-voz do Kremlin garante que o repórter foi detido em flagrante delito. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia diz ainda que as funções de jornalista foram utilizadas como cobertura para outras atividades.
Gershkovich vive há seis anos em Moscovo e antes de trabalhar para o Wall Street Journal foi correspondente de outros jornais na Rússia.
A data da detenção do jornalista ainda é desconhecida, mas sabe-se que foi feita na cidade de Ecaterimburgo, na região dos Montes Urais.
Na primeira audiência em tribunal, em Moscovo, declarou-se inocente. O advogado do repórter, não foi autorizado a entrar na sala de audiências, nem teve acesso às acusações.
O tribunal decidiu que Gershkovich fica em prisão preventiva pelo menos até dia 29 de maio.
O jornalista norte-americano está agora a ser investigado pelo Serviço Federal de Segurança da Federação Russa e, se for condenado, enfrenta uma pena de até 20 anos de prisão.
Em comunicado, o Wall Street Journal nega as acusações e exige a libertação imediata do repórter.
A Casa Branca diz que está profundamente preocupada com a detenção e afirma que têm estado em contacto com o Wall Street Journal e com a família do repórter.