O Presidente chinês, Xi Jinping, iniciou na segunda-feira uma visita oficial de três dias à Rússia, com um almoço informal com o seu anfitrião, Vladimir Putin. O líder da China deixa a capital russa com um acordo sólido que lhe permite acesso a petróleo e gás.
Apesar de uma visita de três dias parecer pouco, para os líderes chinês e russo foi uma oportunidade de fortalecer relações.
“ Estamos a testemunhar mudanças que já não e viam há mais de um século e somos nós que estamos a impulsioná-las juntos”,
Vladimir Putin concordou, desejou uma boa viagem e terminou com um “fique bem, meu caro amigo”, o líder russo consegue o aval de um presidente poderoso para não só continuar a guerra, mas também escoar o petróleo e o gás que o Ocidente não quer. Xi Jinping mantém os oleodutos e gasodutos a fluir rumo à recuperação económica depois dos erros da política covid zero.
"A Rússia é um fornecedor estratégico de petróleo e gás natural, incluindo gás natural liquefeito, carvão e eletricidade. As instalações de energia nuclear estão a ser construídas dentro do prazo. As empresas russas são capazes de satisfazer a crescente procura de recursos energéticos da economia chinesa, tanto ao nível dos projetos existentes como dos que se encontram em processo de aprovação", disse Vladimir Putin.
No fim, a Ucrânia não passou de um pormenor e o plano de paz chinês apresentado há dias e que nunca pediu a retirada russa foi rapidamente terminado com um encolher de ombros.
"Acreditamos que muitos pontos do plano de paz da China estão em sintonia com as perspetivas russas e podem constituir a base para uma solução pacífica, quando o Ocidente e Kiev estiverem dispostos a tal. No entanto, ainda não vimos essa abertura da parte deles", concluiu o líder russo.
Uma relação que se aprofunda, mas que também mostra a dependência crescente entre ambos. Há quem garanta mais de uns do que de outros basta ver como o Presidente chinês e Vladimir Putin se mexeram para o entender.
"Podemos ver, no que toca ao aperto de mão, que ambos se dirigem um ao outro, mas reparem como o Presidente Xi é o primeiro a estender o braço, apenas um microssegundo antes, mas isso mostra que apesar de ser ele a visitar Moscovo, é ele quem vai assumir o comando desta relação", explica Karen Leong, especialista em linguagem corporal.
Xi Jinping deixou Moscovo e leva na bagagem a energia que precisa para o crescimento económico chinês. Em troca, reforçou laços na luta contra o dominio norte-americano.