Milhões de crianças estão em risco, em Moçambique e no Malawi, por causa de um surto de cólera que afeta a região. A Unicef está a apelar à ajuda dos doadores internacionais para tentar travar a propagação da doença, que só em Moçambique já matou 75 pessoas nos últimos meses.
Uma semana depois da segunda passagem do ciclone Freddy, a situação em várias regiões de Moçambique e do vizinho Malawi, é dramática.
Para além da destruição, e dos milhares de pessoas que perderam tudo, a Unicef diz que há milhões de crianças em risco por causa da propagação do surto de cólera, que afeta o continente africano, há vários meses.
Unicef vinca urgência de ajuda internacional
A Unicef apela aos doadores internacionais que enviem ajuda para os dois países, onde as cheias e os estragos provocados pelo temporal destruíram hospitais e serviços de apoio social, e onde as equipas médicas não estão a conseguir tratar os novos casos que surgem todos os dias.
Os números quadruplicaram em poucos dias e, só em Moçambique, onde há mais de 10 mil doentes, já morreram 75 pessoas.
A Unicef diz que são precisos cinco milhões e meio de euros, para já, para garantir cuidados sanitários básicos aos mais de quatro milhões de crianças que precisam de ajuda urgente.
As agências que operam na região dizem que há falta de comida, de água potável e de medicamentos.
Mais de 360 mil pessoas vivem em campos de refugiados no Malawi
No Malawi, por exemplo, nas áreas mais atingidas pelo ciclone, há 363 mil pessoas desalojadas, a viverem em campos de refugiados improvisados, onde não há condições de higiene e segurança sanitária e onde a cólera se está a propagar muito depressa.