O Papa Francisco abordou, esta quarta-feira, a violência e o preconceito contra as mulheres e afirmou que a igualdade de remuneração e de oportunidades poderia ajudar a criar um mundo mais pacífico e sustentável.
Num prefácio de livro publicado pelo site do Vatican News no Dia Internacional da Mulher, Francisco salientou as diferenças entre homens e mulheres, mas apelou à "igualdade na diversidade" num "campo de jogo aberto a todos os jogadores".
Na obra publicada em Itália, citada pela Reuters, o Pontífice afirma que “o mundo será melhor se houver igualdade na diversidade entre homens e mulheres”, enfatizando que a igualdade não é a adoção de comportamentos masculinos pelas mulheres.
"Acredito que, se as mulheres pudessem desfrutar de plena igualdade de oportunidades, poderiam contribuir substancialmente para a mudança necessária, rumo a um mundo de paz, inclusão, solidariedade e sustentabilidade integral", disse o Papa
Pontífice condenou a discriminação contra as mulheres, mas tal como os seus antecessores, excluiu o sacerdócio feminina. A Igreja Católica ensina que só os homens podem tornar-se sacerdotes porque Jesus escolheu os homens como seus apóstolos.
“As mulheres sabem que dão à luz com dor para alcançar uma grande alegria: dar vida e abrir vastos e novos horizontes. É por isso que as mulheres querem a paz, sempre”, referiu.
Violência contra as mulheres é uma “ferida aberta resultado de uma cultura de opressão patriarcal e machista”
O papa condenou a "praga" da violência contra as mulheres, recordando um discurso que proferiu em 2021 quando lhe chamou "ferida aberta resultado de uma cultura de opressão patriarcal e machista".
Francisco nomeou várias mulheres para cargos de direção desde que se tornou papa, e disse no ano passado que "cada vez que é dada uma posição [de responsabilidade] a uma mulher no Vaticano, as coisas melhoram".
1.165 mulheres trabalham no Vaticano e cerca de 320 há mais de 10 anos
Para coincidir com o Dia Internacional da Mulher, o Vaticano publicou números que mostram que 1.165 mulheres trabalham atualmente no estado mais pequeno do mundo e cerca de 320 trabalham há mais de 10 anos, altura em que Francisco se tornou Papa.