Pelo menos 641 pessoas morreram na sequência do sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter que atingiu, esta segunda-feira de madrugada, o sul da Turquia e o norte da Síria. Autoridades acreditam que centenas de pessoas continuam presas nos escombros, sendo possível que o número de vítimas aumente.
Segundo as autoridades turcas, o abalo fez pelo menos 641 mortos, dos quais 284 na Turquia. Há ainda mais de 2.323 feridos.
Muitos prédios ficaram completamente destruídos após o abalo, que aconteceu durante uma madrugada de inverno frio, chuvoso e com neve. Cerca de 1.700 edifícios foram afetados pelos tremores.
Após o primeiro tremor, seguiram-se pelo menos 20 tremores secundários, um dos quais atingiu os 6,6 na escala da Richter.
As equipas de emergência, apoiadas pelos moradores, estão à procura de sobreviventes por entre os escombros das cidades.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou que as equipas de emergência foram acionadas “imediatamente” para as áreas atingidas pelo sismo. “Esperemos superar este desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de dados", escreveu o líder turco no Twitter.
Na cidade turca de Adana, um morador disse à agência Associated Press que três edifícios perto da sua casa desabaram completamente.
No lado sírio da fronteira, o terramoto destruiu regiões controladas pela oposição, onde vivem cerca de 4 milhões de deslocados de outras partes da Síria, fruto da longa guerra civil no país.
Muitos vivem sem condições e com poucos cuidados de saúde. Segundo os relatos, os hospitais da área ficaram rapidamente cheios de feridos.
O abalo ocorreu às 04:17 (01:17 em Lisboa) e teve o epicentro em Kahramanmaras, a cerca de 70 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia. O tremor teve origem a uma profundidade de 17,9 quilómetros.
Sismos foram sentidos em várias cidades
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), minutos após o primeiro sismo, outro abalo de 6,7 graus na escala de Richter foi registado a 9,9 quilómetros de profundidade.
Os sismos foram sentidos em várias cidades dos dois países e também no Líbano e no Chipre, segundo correspondentes da agência France Presse.
A Turquia localiza-se numa das zonas sísmicas mais ativas do mundo.
Em novembro, um sismo de magnitude 5,9 atingiu a província turca de Düzce, 200 quilómetros a leste de Istambul, deixando pelo menos 68 pessoas feridas.
O abalo aconteceu na mesma província onde um terramoto de magnitude 7,4 matou cerca de 17 mil pessoas em agosto de 1999, incluindo mil em Istambul.