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Quem foi Bento XVI? A vida e o percurso religioso de um Papa que dividiu opiniões

Ratzinger foi eleito chefe da Igreja Católica em 2005 e abandonou funções em 2013.

SIC Notícias

O pontificado de oito anos de Bento XVI ficou marcado por várias crises, nomeadamente os casos de abusos sexuais e pedofilia cometidos em vários países por elementos do clero.

Joseph Aloisius Ratzinger nasceu na Alemanha, no dia 16 de abril de 1927, no seio de uma família modesta e profundamente católica.

Aos 12 anos entrou no seminário e foi ordenado padre em 1951, doutorou-se em teologia e foi professor em várias universidades, até chegar a cardeal em 1977 e a Papa a 19 de abril de 2005, sucedendo assim a João Paulo II.

Após dois dias e quatro votações, os 115 cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina, no Vaticano, elegeram como Papa Joseph Ratzinger de 78 anos, que adotou o nome de Bento XVI.

A primeira grande crise

Em 2006 enfrentou o seu grande momento de contestação, após ter lido uma citação de um imperador bizantino que ligava o islão à violência.

O episódio provocou dias de protestos, por vezes violentos, em vários países muçulmanos. O pontífice falou num mal entendido dizendo lamentar profundamente qualquer ofensa.

Visitou Portugal em 2010

Ao longo dos oito anos em que ocupou o cargo, Bento XVI realizou 24 viagens aos estrangeiro, onde se incluiu Portugal. O chefe da Igreja Católica chegou ao território nacional a 11 de maio de 2010 para uma visita de quatro dias que começou em Lisboa, passou por Fátima e terminou no Porto.

Abusos sexuais na Igreja

2010 foi justamente um dos anos mais difíceis e delicados para o Papa que foi acusado de ter encoberto casos de abusos sexuais de menores.

Bento XVI foi obrigado a quebrar a política do silêncio do Vaticano e a pronunciar-se, depois de ser conhecido o resultado de um inquérito sobre os abusos em Dublin, na Irlanda, cometidos por padres entre 1975 e 2004, que as autoridades da igreja encobriram.

Numa carta dirigida aos católicos irlandeses exprimiu "vergonha" e "remorso" de toda a Igreja.

Em 2012 outro escândalo atingiu a instituição religiosa. Conhecido como “vatileaks”, o caso trouxe a público vários casos de corrupção e segredos do Estado mais pequeno do mundo.

Primeiro Papa a renunciar em 600 anos

No ano seguinte, chegava ao fim o pontificado de Bento XVI. O pontífice não se encontrava nas melhores condições físicas e mentais para continuar e tornou-se assim no primeiro Papa a renunciar em 600 anos.

Entre os temas centrais do pontificado estiveram as críticas ao relativismo e ao secularismo da sociedade ocidental, a preocupação com as questões bioéticas e da família, para além da crise financeira e das questões ecológicas.


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