O Conselho para os Assuntos do Continente de Taiwan - o principal órgão do governo taiwanês responsável por questões relacionadas com a China - afirmou, no domingo, que a política de Pequim para Taiwan resulta de uma avaliação errada e não oferece novas ideias.
"A República da China é um Estado soberano e Taiwan nunca fez parte da República Popular da China", defendeu o órgão, em comunicado, após o discurso de Xi.
A mesma nota frisou que o povo de Taiwan "nunca vai aceitar" o chamado Consenso de 1992 ou a fórmula 'um país, dois sistemas', que é usada nas regiões de Macau e Hong Kong, que gozam de alguma autonomia.
O Consenso de 1992 refere-se a um suposto entendimento tácito entre o antigo governo do Kuomintang de Taiwan e o Partido Comunista Chinês, de que ambos os lados do Estreito de Taiwan reconhecem que existe 'uma só China', com cada lado a manter a sua própria interpretação.
"A decisão sobre o futuro de Taiwan cabe aos seus 23 milhões de habitantes", referiu o comunicado. "Avisamos as autoridades do PCC para que abandonem atos de coerção e agressão", acrescentou.
Xi prometeu, no domingo, nunca renunciar ao uso da força para assumir o controlo sobre Taiwan.
"Resolver a questão de Taiwan é um assunto do povo chinês e cabe ao povo chinês decidir", apontou Xi, no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen, em Pequim.
"Insistimos na reunificação pacífica com a maior sinceridade e iremos fazer todos os esforços para alcançá-la, mas nunca renunciaremos ao uso da força e reservamos a opção de tomar todas as medidas necessárias", advertiu o líder chinês, que deve assumir esta semana um terceiro mandato. "Isto é direcionado à interferência de forças externas e aos separatistas que buscam a independência de Taiwan", acrescentou.
As tensões entre Pequim e Taipé aumentaram nos últimos meses. Após a presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, visitar Taipé, em agosto, Pequim lançou os maiores exercícios militares de sempre em torno da ilha, que incluíram o lançamento de mísseis e um cerco de facto ao território.