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EUA, onde as salas de aulas se tornaram espaços de massacre: conheça os episódios mais violentos dos últimos anos

Quando os ataques desta natureza dizimam dezenas de vidas nos EUA, a lei das armas “sai da gaveta” e volta a ser tema de discussão.

Esta terça-feira, um jovem de 18 anos entrou numa escola primária no Estado do Texas e matou 19 crianças e duas professoras. Salvador Ramos estudava na escola secundária da cidade de Ulvade. Os episódios de violência armada nos EUA não são raros, no entanto continuam a chocar pessoas de todo o mundo. Quando os ataques desta natureza dizimam dezenas de vidas nos EUA, a lei das armas “sai da gaveta” e volta a ser tema de discussão.

Ao longo dos anos, contabilizam-se dezenas de tiroteios em escolas e faculdades norte-americanas. Os jovens tornam-se assassinos quando têm a oportunidade de adquirirem armas com facilidade.

Conheça os piores ataques em escolas nos EUA:

MASSACRE DE 1999: 13 MORTOS

A 20 de abril de 1999, eram cerca de 11:15 horas quando os alunos da Columbine High School, no Colorado começaram a ouvir disparos. Os autores do crime, Eric Harris e Dylan Klebold, mataram 12 colegas e um professor, ainda feriram outras 21 pessoas.

Após uma troca de tiros com os agentes da polícia, os jovens atiradores suicidaram-se na biblioteca da escola.

Apesar dos motivos do ataque continuarem a ser uma incógnita, os diários pessoais dos autores do crime documentam que pretendiam executar um ataque de grande magnitude, semelhante ao do atentado de Oklahoma City (1995), quando dois supremacistas brancos, militantes da extrema-esquerda, mataram pelo menos 168 pessoas.

MASSACRE DE 2005: 7 MORTOS

O tiroteio na Red Lake High School ocorreu a 21 de março de 2005. Jeff Weise, de 16 anos, matou o seu avô (um sargento da polícia tribal) nessa manhã e a namorada do avô, antes de sair de casa armado e com um colete à prova de balas.

Weise conduziu em direção à escola, onde tinha sido aluno alguns meses antes.

À entrada matou sete pessoas e feriu outras cinco. Entre as vítimas mortais estavam um segurança desarmado, um professor e cinco alunos.

Após uma troca de tiros com a polícia, Jeff ficou ferido e acabou por se suicidar numa sala de aula.

MASSACRE DE 2007: 32 MORTOS

Outro tiroteio em contexto escolar ocorreu dois anos mais tarde, a 16 de abril, na Universidade de Virginia Tech, em que morreram 33 pessoas, incluindo o atirador e 21 pessoas ficaram feridas.

O atirador era Cho Seung-Hui, um estudante sul-coreano. Foram mortas duas pessoas no dormitório da universidade e duas horas depois, Cho invadiu o prédio de engenharia e matou outras 30 para depois se suicidar.

No dia 18 de abril, a estação de televisão norte-americana, NBC recebeu uma encomenda enviada pelo atirador que continha um texto, fotos, vídeos nos quais chegou a comparar-se com Jesus.

“Morri como Jesus, para inspirar fracos e indefesos”. O perfil psicológico era o de um jovem com graves problemas de rejeição e depressão.

MASSACRE DE 2012: 26 MORTOS

O tiroteio na escola primária de Sandy Hook ocorreu a 14 de dezembro de 2012, em Newtown.

Antes de forçar a entrada na escola primária, Adam Lanza de 20 anos matou a sua mãe de 52 anos.

Armado e com um colete verde tropa, começou a disparar por volta das 09:35 horas, cerca de meia-hora após o início das aulas. Vinte e seis pessoas morreram, 20 tinham menos de 10 anos de idade.

A professora Victoria Soto, no momento do tiroteio, escondeu os seus alunos no armário e foi morta ao protegê-los.

O atirador suicidou-se enquanto os socorristas chegavam à escola.

MASSACRE DE 2015: 9 MORTOS

O tiroteio do Umpqua Community College ocorreu a 1 de outubro de 2015, no Estado do Oregon.

Chris Harper-Mercer, um estudante de 26 anos de idade que estava matriculado na escola, disparou fatalmente contra um professor assistente e oito estudantes numa sala de aula, ainda 8 pessoas ficaram feridas.

Após uma troca de tiros, o jovem ficou ferido e suicidou-se.

Passavam das 10:30 horas quando a primeira chamada de emergência foi feita.

Durante tiroteio poupou a vida de um rapaz para que este fizesse chegar um pacote à polícia, que continha as motivações do ataque.

Harper-Mercer queixou-se que “não tinha amigos, não tinha emprego, não tinha namorada e era virgem”. Manifestou ainda admiração pelo misógino assassino em massa responsável pelos assassinatos da Isla Vista, em 2014.

A questão que mais foi levantada sobre este episódio foi se se tratava de um crime de ódio anti-cristão ou anti-religioso, pois alguns alunos relataram que o atirador questionava a religião antes de as matar.

MASSACRE DE 2018: 17 MORTOS

Um assassinato em massa ocorreu em Parkland, na escola básica de Marjory Stoneman Douglas, na Florida, a 14 de fevereiro de 2018.

No atentado, 17 pessoas foram mortas e 15 foram hospitalizadas.

Nikolas Cruz, um ex-aluno de 19 anos, entrou no edifício com três andares, ocupado por 900 estudantes e 30 professores. Depois das 14:00 começou a atirar indiscriminado contra estudantes e professores.

O tiroteio durou cerca de seis minutos. De seguida, Cruz descartou a arma e abandonou o local do crime correndo junto com os estudantes.

O atirador dirigiu-se a um hipermercado, ao McDonalds e acabou por ser parado por um oficial da polícia.

Cruz foi acusado de 17 assassinatos premeditados e o jovem declarou-se culpado, sendo que atualmente aguarda pela sentença de morte ou prisão perpétua.

MASSACRE DE 2018: 10 MORTOS

Três meses após o massacre de Marjory Stoneman Douglas, outro incidente ocorreu em Santa Fé, no Texas. Dez pessoas, oito estudantes e dois professores foram baleados e outros 13 ficaram feridos.

Dimitrios Pagourtzis, de 17 anos, começou a disparar durante uma aula de arte às 07:32. O incidente ocorreu no complexo artístico.

Durante um tiroteio, um membro da comunidade escolar carregou no alarme de incêndio, fazendo com que a maior parte da escola fosse evacuada.

Um ferido disse à polícia que o atirador entrou na sala de aula e apontou a uma pessoa, cantando “Another One Bites the Dust”.

O atirador disse à polícia que pretendia matar os colegas que alvejou e que queria poupar a vida dos colegas de quem gostava. O tiroteio durou cerca de 25 minutos até ser preso.

Dimitrios Pagourtzis enfrenta 40 anos na prisão.

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