O Governo e os rebeldes no Iémen acusaram-se mutuamente esta terça-feira de violar o acordo de cessar-fogo – três dias após a trégua de dois meses acordada entrar em vigor – num país devastado por mais de sete anos de guerra.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Iémen, Ahmed bin Mubarak, acusou os rebeldes xiitas Huthis de “violar” o cessar-fogo.
“A trégua foi amplamente bem-vinda, mas está ameaçada por violações dos Huthis, incluindo destacamentos militares, mobilizações de tropas e veículos, fogo de artilharia e ataques de drones (aviões não tripulados)”, afirmou Mubarak.
Os rebeldes não reagiram diretamente às alegações, mas através dos seus meios de comunicação relataram “violações” da trégua por parte das tropas pró-governo no passado domingo e esta terça-feira. Sob esta nova trégua, que pode ser renovada “com o consentimento” das partes, todas as ofensivas militares aéreas, terrestres e marítimas devem cessar, de acordo com as Nações Unidas.
O cessar-fogo de dois meses no Iémen – proposto pelo enviado especial da ONU para o país, Hans Grundberg -, foi aceite na passada sexta-feira pelas partes em conflito e entrou em vigor no sábado.
A guerra civil iemenita, que começou em 2014 quando os Huthis tomaram vastas parcelas de território do norte e oeste do país, incluindo a capital, fez centenas de milhares de mortos – não só vítimas dos combates, mas também de causas indiretas, como falta de água potável, fome e doenças.
Segundo a ONU, o país é palco da maior catástrofe humanitária do planeta, com milhões de pessoas à beira da fome e “mais de 80% da população a precisar de ajuda humanitária”.
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