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Ucrânia: Rússia disponível para conversar com EUA e NATO sobre limites, diz Putin

Presidente russo deu um novo sinal de desanuviamento da tensão com o Ocidente.

O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou esta terça-feira que Moscovo está pronto para conversações com Estados Unidos e NATO sobre limites para colocação de mísseis e transparência militar, num novo sinal de desanuviamento da tensão com o Ocidente.

A declaração foi feita depois de a Rússia ter anunciado que está a retirar algumas tropas de manobras junto à fronteira da Ucrânia que causaram receio de uma potencial invasão do país.

Falando após uma reunião com o chanceler alemão, Olaf Scholz, Putin disse que os Estados Unidos e a NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) rejeitaram a exigência de Moscovo de manter a Ucrânia e outras antigas repúblicas soviéticas fora da Aliança Atlântica, parar de enviar armas para perto das fronteiras da Rússia e retirar as forças da organização da Europa de Leste.

Mas os Estados Unidos e a NATO concordaram discutir uma série de medidas de segurança que a Rússia tinha anteriormente proposto.

Putin indicou que a Rússia está disposta a iniciar conversações sobre a limitação da instalação de mísseis de médio alcance na Europa, transparência de manobras militares e outras medidas de construção de confiança, mas enfatizou a necessidade de o Ocidente atender às principais exigências de Moscovo.

EUA vão verificar se Rússia está a retirar tropas

A embaixadora dos Estados Unidos na NATO, Julianne Smith, disse hoje que o seu país terá de verificar se a Rússia está realmente a realizar a retirada de tropas na Ucrânia hoje anunciada por Moscovo.

“Soubemos hoje que a Rússia assegura que está a levar a cabo alguma forma de desescalada. Estamos a monitorizar a situação. Não tenho mais a dizer sobre isso. Teremos de verificar se é ou não o caso”, disse a diplomata, durante uma conferência de imprensa antes da reunião de ministros da Defesa da NATO.

A Presidência russa (Kremlin) confirmou hoje o início da retirada de algumas das suas tropas de perto das fronteiras da Ucrânia, denunciando a “histeria ocidental” sobre uma suposta invasão iminente do país pela Rússia.

“Sempre dissemos que após a conclusão dos exercícios, (…) as tropas regressariam às suas guarnições originais. Isto é o que está a acontecer, este é o processo habitual”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, citado pela agência francesa AFP.

Por sua vez, o secretário-geral da NATO comentou que a abertura manifestada pela Rússia para resolver o conflito com a Ucrânia pela via diplomática permite um “otimismo cauteloso”, mas sublinhou que não se vê ainda uma diminuição da escalada no terreno.

“Até agora, não vimos qualquer desescalada no terreno, nenhuns sinais de redução da presença militar russa nas fronteiras com a Ucrânia, mas vamos continuar a monitorizar e a seguir atentamente o que a Rússia está a fazer. Mas os sinais que chegam de Moscovo, relativamente à vontade de prosseguir os esforços diplomáticos, dão alguma razão para um otimismo cauteloso”, declarou Jens Stoltenberg.

COM LUSA

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