Vários senadores democratas e republicanos dos Estados Unidos estão perto de chegar a acordo sobre um pacote de sanções para castigar a Rússia caso o país decida atacar a Ucrânia, confirmaram líderes do senado à televisão CNN.
De acordo com a agência espanhola de notícias, a Efe, que cita a entrevista do presidente da comissão de Assuntos Estrangeiros do Senado, o democrata Bob Menéndez, e o republicano mais graduado nessa comissão, Jim Risch, as sanções prestes a serem acordadas serão “uma mensagem muito clara” para o Kremlin.
“Se ele [Vladimir Putin] escolher o conflito, pagará um preço devastador”, ameaçou Risch na entrevista, depois de dizer que as opções do Presidente russo são entre a diplomacia e o conflito.
As negociações entre os democratas e os republicanos giram em torno de um projeto de lei que Menéndez apresentou a 12 de janeiro e que foi batizado como “a mãe de todas as sanções” pelo efeito devastador que poderia ter na economia russa.
A iniciativa propõe excluir a Rússia da rede bancária SWIFT, que é a base do sistema financeiro global, na medida em que é usada por 11 mil bancos em 200 países ou territórios para permitir transferências internacionais.
Para além disso, aplica sanções às indústrias extrativas russas e propoe atuar contra os maiores bancos locais, incluindo o Fundo de Investimento Direto da Rússia, que fomenta os investimentos nos setores mais importantes para a economia russa.
O diploma também apresenta um aumento da assistência da segurança à Ucrânia, sanções contra o gasoduto Nord Stream 2, represálias contra o Governo russo e os oligarcas locais, assim como restrições mais severas no acesso das instituições norte-americanas ao mercado de dívida soberana da Rússia.
Segundo Menéndez, o seu projeto de lei conta com o apoio do Governo do presidente norte-americano, Joe Biden.
A tensão entre a Rússia e os EUA aumentou depois da mobilização de 100 mil militares russos para a fronteira com a Ucrânia, que suscitou receios de um possível ataque ao território ucraniano, algo que Moscovo nega, mas que Washington considera iminente.
A Ucrânia está envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do Donbass, no Leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada militarmente por Moscovo. Na sequência do conflito, Rússia, Ucrânia, Alemanha e França criaram uma plataforma de diálogo conhecida por Formato Normandia, mas os líderes dos quatro países não se reúnem desde 2019.
Conselheiros políticos dos quatros líderes reuniram-se na quarta-feira, em Paris, e marcaram um próximo encontro para fevereiro, em Berlim, mas não discutiram a realização de uma nova cimeira, que tem sido sugerida pelo Presidente da Ucrânia.
SAIBA MAIS
- Ucrânia: Kiev apela à Rússia para que retire militares e continue diálogo
- Milhares de manifestantes reúnem-se para agradecer aos países “amigos” da Ucrânia
- Ucrânia: EUA levam a crise ao Conselho de Segurança da ONU
- França reforça aviso à Rússia sobre limitação da soberania da Ucrânia
- Rússia reafirma que não quer uma guerra com a Ucrânia
- Reino Unido vai propor à NATO “grande” envio de tropas, navios e aviões para a Ucrânia