O novo parlamento alemão, que emergiu das eleições de 26 de setembro, abriu esta terça-feira a sua sessão constitutiva com a chanceler cessante, Angela Merkel, sentada na tribuna em vez de na bancada reservada ao Governo, que permanece vazia.
O presidente do Bundestag, Wolfgang Schäuble, abriu a primeira sessão da 20.ª legislatura, antes da eleição da sua sucessora, a deputada social-democrata Bärbel Bas, representante do SPD, o partido mais votado nas últimas eleições gerais.
No seu discurso de abertura, Schäuble lembrou que "os cidadãos estão a observar" o novo parlamento "e as suas expectativas em relação ao parlamento são justamente altas".
"Temos de fazer tudo o que pudermos para cumprir essas expectativas", acrescentou.
Bärbel Bas é a terceira mulher a presidir ao parlamento, depois da social-democrata Annemarie Renger e da democrata-cristã Rita Süssmuth.
A nova presidente do parlamento, de 53 anos, é membro do Bundestag desde 2009 e foi vice-líder do grupo parlamentar do SPD no parlamento cessante e porta-voz para a área da Saúde, Educação e Pesquisa.
Também serão eleitos os vice-presidentes da câmara dos partidos parlamentares, que deverão receber o apoio da maioria, exceto o representante proposto pela Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita.
Nas últimas eleições, o Bundestag aumentou novamente o número de deputados, passando de 709 para 736 nesta nova legislatura, o que forçou à instalação de 40 lugares adicionais.
A Federação dos Contribuintes protestou na segunda-feira contra este aumento do número de deputados, projetando, durante 15 minutos, no edifício Paul-Löbbe-Haus do parlamento, a mensagem "Fim ao parlamento XXL. 500 deputados é suficiente".
Metade das 598 cadeiras do Bundestag são atribuídas através das listas regionais e a outra metade por mandatos diretos.
Os restantes assentos correspondem a mandatos "adicionais" - quando os diretos ultrapassam os que corresponderiam a um partido da lista - e "compensatórios" - que são atribuídos às restantes forças em compensação.
O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, entregará, hoje à tarde, a Merkel e aos seus ministros, os documentos formais de cessação de funções, que implicam que só exercerão os seus cargos atuais até a formação do novo Governo.
Os três partidos que irão formar o novo Governo alemão (o social-democrata, o ecologista e o liberal) disseram na semana passada que pretendem nomear o próximo chanceler do país no início de dezembro, mas reconheceram que enfrentam uma tarefa complexa.