A União Europeia decidiu avançar com o fecho do espaço aéreo e aeroportos a aviões oriundos da Bielorrússia. A decisão foi confirmada esta sexta-feira pelos 27 Estados-membro e entra em vigor à meia-noite.
Esta é a resposta dada pela UE à detenção de um jornalista opositor do Presidente Lukashenko durante o desvio de um voo comercial da Ryanair que ligava Atenas (Grécia) a Vilnius (Lituânia) para Minsk.
A televisão estatal bielorrussa divulgou, esta quinta-feira, uma entrevista em que Romam Protasevich admite ter organizado protestos anti-regime.
Os líderes europeus já consideraram as imagens perturbadoras. A família do jornalista diz que Protasevich foi forçado a fazer a confissão.
O QUE SE PASSA NA BIELORRÚSSIA?
Roman Protasevich foi diretor dos canais Telegram Nexta e Nexta Live, que se tornaram as principais fontes de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020 na Bielorrússia.
As presidenciais deram a vitória ao Presidente Alexander Lukashenko, com 80% dos votos, no poder há 26 anos, o que é contestado pela oposição e não é reconhecido pela UE.
Perante um vasto movimento de protesto contra a sua reeleição, Lukashenko orquestrou uma campanha de repressão contra a oposição e os meios de comunicação independentes do país.
Desde o início dos protestos na antiga república soviética, centenas de jornalistas foram detidos e cerca de 20 estão ainda presos.
Em outubro de 2020, a UE avançou com sanções contra Lukashenko, reforçando as medidas restritivas adotadas contra repressores das manifestações pacíficas no país.
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