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Eleições na região espanhola da Catalunha marcadas para 14 de fevereiro

São as quintas eleições nos últimos 10 anos e as quartas consecutivas marcadas de forma antecipada.

Albert Gea

Lusa

A região espanhola da Catalunha, que tem um forte movimento independentista, tem eleições a 14 de fevereiro próximo, as quintas nos últimos 10 anos e as quartas consecutivas marcadas de forma antecipada.

A dissolução do parlamento regional e a convocação desta consulta foi publicada esta terça-feira no jornal oficial da comunidade autónoma.

O ato eleitoral vai-se realizar um ano antes do final da legislatura de quatro anos, devido à inabilitação, decretada pelo poder judicial em setembro passado, do último presidente regional, o independentista Quim Torra, condenado por se recusar a retirar uma faixa com conteúdo separatista da fachada da sede do governo regional durante a campanha para as eleições parlamentares nacionais de abril de 2019.

Torra assumiu a presidência da região nas eleições, também antecipadas, de dezembro de 2017, depois da tentativa falhada de autodeterminação da Catalunha em 1 de outubro do mesmo ano, que terminou com a fuga para a Bélgica do presidente anterior, Carles Puigdemont.

Divisão entre os dois principais partidos independentistas

Estas eleições vão ser marcadas pela divisão entre os dois principais partidos independentistas que estão coligados no parlamento regional e apoiam o executivo da comunidade autónoma.

O Juntos pela Catalunha de Puigdemont, o partido independentista mais importante até agora, defende uma política de confronto permanente com o poder nacional.

Por seu lado, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) optou desde a tentativa de autodeterminação pela moderação e pelo diálogo com Madrid.

Liderado por Oriol Junqueras, que foi condenado e está na prisão pelo seu papel na tentativa de autodeterminação de 2017, a ERC tornou-se mesmo um apoio essencial, no parlamento nacional, para o governo espanhol liderado pelo socialista Pedro Sánchez.

O apoio parlamentar da ERC foi fundamental para que Sánchez formasse o atual Governo minoritário entre o PSOE (Partido Socialista) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda), assim como na aprovação do Orçamento para 2021.

Catalunha dividiva

A questão da independência divide profundamente esta região de 7,5 milhões de habitantes, até há pouco considerada a mais rica de Espanha.

Segundo as últimas sondagens, 49,9% dos catalães são contra a independência, enquanto 45,1% são a favor, prevendo ainda que os partidos separatistas vão continuar a assegurar a condução do executivo regional.

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