O julgamento sobre os ataques terroristas de janeiro de 2015 em Paris, incluindo à revista satírica Charlie Hebdo, em que morreram 17 pessoas, começam esta quarta-feira em Paris, com 14 pessoas no banco dos réus e um júri especial.
Para além do ataque ao Charlie Hebdo levado a cabo pelos irmãos Kouachi e no qual morreram 12 pessoas, estão também em causa os ataques perpetrados por Amedy Coulibaly: a morte de uma polícia em Montrouge, nos arredores da capital, e a morte de outras quatro pessoas num supermercado, também nos arredores de Paris.
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Os irmãos Kouachi como Coulibaly, que terão coordenado os seus ataques, foram mortos pela polícia após os seus atentados, e os 14 acusados neste processo são pessoas que os ajudaram materialmente ou que contribuíram para a sua radicalização, sendo considerados como cúmplices.
Três suspeitos nestes ataques, os irmãos Belhoucine e Hayat Boumeddiene (companheira de Amedy Coulibaly), vão ser julgados à revelia.
Charlie Hebdo republica caricaturas de Maomé
Também esta quarta-feira, a revista satírica Charlie Hebdo republica em edição física as caricaturas de Maomé que a transformam num alvo dos 'jihadistas', um número especial que marca o início do julgamento.
Na capa, gravuras do profeta muçulmano, inicialmente publicadas pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten em 2005 e também uma caricatura feita por Cabu, morto no atentado de 07 de janeiro de 2015, acompanhados pela pergunta: "Tudo por isto?".
"Pediram-nos com frequência, depois de janeiro de 2015, para publicarmos outras caricaturas de Maomé. Mas nós sempre recusámos, não porque seja proibido, a lei autoriza-nos a fazê-lo, mas porque era preciso uma boa razão para o fazermos", justificou a equipa do jornal num artigo neste número especial.
O processo, que começa esta quarta-feira e deverá prolongar-se até 09 de novembro, vai ter 49 sessões.