Quase 80 pessoas morreram ao consumirem álcool adulterado no sul do Irão, um país onde têm ocorrido centenas de intoxicações por este motivo desde o início da pandemia Covid-19, anunciaram hoje as autoridades.
O chefe do serviço de Emergências da província iraniana de Fars, Mohamad Moradian, disse hoje que houve um total de 642 casos de intoxicação, até ao momento, que provocaram 79 mortes.
O número de vítimas por envenenamento com metanol tem aumentado substancialmente, ao longo das últimas semanas, coincidindo com a disseminação do novo coronavírus, sobretudo depois de as redes sociais terem divulgado informações falsas dizendo que o álcool poderia ser um remédio contra a pandemia.
No Irão o consumo de álcool foi proibido, desde o triunfo da Revolução Islâmica, em 1979.
Entretanto, as forças de segurança já apreenderam milhares de litros de álcool adulterado e prenderam fabricantes e distribuidores.
"O consumo de qualquer tipo de álcool não é de forma alguma eficaz na prevenção do coronavírus e tem efeitos nocivos", disse Moradian, repetindo um aviso que o Governo iraniano tem estado a divulgar.
O novo coronavírus já matou 2.640 das mais de 38.000 pessoas infetadas no Irão, segundo dados do Ministério da Saúde iraniano.
Os especialistas dizem que este elevado número de envenenamentos pode estar ligado à crença no efeito preventivo do álcool, perante a propagação do vírus, e ao aumento de consumo deste tipo de bebidas em situações de crise e de confinamento.
Na província de Fars, a maioria das pessoas intoxicadas tem entre 20 e 40 anos de idade, embora também se tenham registado casos de crianças com intoxicações por metanol.
O porta-voz da Universidade de Ciências Médicas da Ahvaz, capital da província de Fars, Ali Ehsanpur, explica que os casos de envenenamento estão a ocorrer desde dia 05 de março e considera haver uma relação próxima com a expansão da pandemia Covid-19.
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O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.