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Socialistas e extrema-esquerda espanhola tentam formar coligação governamental

Negociações prosseguem para permitir a recondução de Pedro Sánchez no cargo.

Juan Medina

Os socialistas espanhóis (PSOE) e a extrema-esquerda (Unidas Podemos) têm hoje até ao fim da manhã para tentar chegar a um acordo sobre uma coligação governamental que permita reconduzir Pedro Sánchez como primeiro-ministro.

A poucas horas da segunda votação de investidura do candidato socialista, às 14:30 (13:30 de Lisboa) as duas partes acusam-se mutuamente pelas dificuldades em chegar a um compromisso que permitiria o primeiro executivo de coligação em Espanha desde a Guerra Civil de 1936-1939.

Depois de um dia frenético de conversações, na quarta-feira ao final da tarde, o PSOE divulgou uma oferta "final" ao Unidas Podemos, uma vice-presidência social e três ministérios: Habitação e Economia Social; Saúde, Assuntos Sociais e Consumidores; e Igualdade.

A extrema-esquerda acusou ao final do dia os socialistas de terem avançado com uma nova proposta que "não tem nada de novo", e acrescentaram que, apesar de continuarem a apostar num Governo de coligação, não iriam participar "a qualquer preço".

O parlamento espanhol chumbou na terça-feira, numa primeira votação, a investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro por 170 votos contra, 124 a favor e 52 abstenções.

O vencedor das eleições legislativas de 28 de abril último teve apenas o voto favorável dos deputados do PSOE (123) e mais um parlamentar de um partido regional, quando precisava de ter tido a maioria absoluta da assembleia, 176 num total de 350.

Na segunda volta que tem lugar hoje apenas vai precisar de ter mais votos a favor do que contra (maioria simples), com o sucesso das negociações com a extrema-esquerda a ser essencial para a investidura de Sánchez.

A votação de terça-feira iniciou um período de dois meses (até 23 de setembro) em que ainda é possível formar um novo executivo, antes da dissolução do parlamento e a convocação de novas eleições, que se realizariam a 10 de novembro próximo.

Se isso acontecer, seria a quarta vez em quatro anos que os espanhóis seriam chamados a votar para o parlamento.

Nas legislativas de 28 de abril último, o PSOE obteve 123 deputados (28,68% dos votos), o PP 66 (16,70%), o Cidadãos 57 (15,86%), a coligação Unidas Podemos 42 (14,31%) e o Vox 24 (10,26%), tendo os restantes deputados sido eleitos em listas de formações regionais, o que inclui partidos nacionalistas e independentistas.

Lusa

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