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David-Maria Sassoli é o novo presidente do Parlamento Europeu

O socialista italiano foi o candidato mais votado logo na 1.ª volta das eleições mas ficou a 7 votos da maioria e obrigou a 2.ª volta

Vincent Kessler/ Reuters

Sassoli, candidato do grupo dos Socialistas & Democratas (centro-esquerda), de que faz parte o PS português, venceu hoje a eleição para a presidência do Parlamento Europeu (PE) com uma maioria absoluta de 345 votos, anunciou o presidente da assembleia europeia, Antonio Tajani.

"Sassoli é o novo presidente do PE, saúdo-o e convido-o a assumir a presidência", disse Tajani.

O socialista italiano foi eleito na segunda ronda com uma vantagem de nove votos sobre a maioria de 50% mais um, estabelecida nesta votação nos 334 votos, depois de na primeira ronda ter ficado a apenas sete votos da maioria.

Dos outros três candidatos, o segundo mais votado foi o checo Jan Zarahdil, dos Conservadores e Reformistas (ERC), com 160 votos, menos dois que na primeira volta, seguido da alemã Ska Keller, dos Verdes, família política a que pertence o português PAN, com 119 votos (menos 14), e da espanhola Sira Rego, candidata da Esquerda Unitária (a que pertencem BE e PCP), com 42 votos (mais um).

Do total de 748 deputados, os 751 que compõem o PE menos os três eurodeputados catalães que não puderam tomar posse, 704 participaram na votação, tendo havido 667 votos válidos e 37 votos inválidos.

David-Maria Sassoli, 63 anos, foi eleito pela primeira vez para o PE em 2009, pelo Partido Democrático (PD, centro-esquerda)e na anterior legislatura, 2014-2019, exerceu uma das 14 vice-presidências da assembleia europeia.

O nome do italiano foi proposto pelo grupo socialista após o acordo alcançado no Conselho Europeu na terça-feira, que prevê que na segunda metade do mandato seja um membro do Partido Popular Europeu (PPE, que integra os portugueses PSD e CDS-PP) a ocupar a presidência do Parlamento Europeu.

O PPE e o grupo Renovar a Europa (liberais), primeira e terceira maiores forças do hemiciclo, não apresentaram candidatos à eleição de hoje.

Sassoli eleito presidente do PE dez anos após trocar jornalismo pela política

Sassoli entrou no mundo da política há apenas dez anos, quando decidiu candidatar-se pelo Partido Democrático (centro-esquerda) à assembleia que agora passa a presidir.


Sucessor do seu compatriota, de direita, António Tajani, David Sassoli, 63 anos, natural de Florença, casado e pai de dois filhos, licenciou-se em ciências políticas, mas cedo decidiu seguir o jornalismo, carreira que iniciou na década de 1980, começando pela imprensa escrita, passando a trabalhar no início da década de 90 em canais televisivos e tornando-se, em 2007, diretor adjunto do TG1, o telejornal do canal televisivo italiano RAI1.

Em 2009, decidiu então 'abraçar' a carreira política, sendo eleito para o Parlamento Europeu e, na sessão constitutiva da oitava legislatura, para vice-presidente da assembleia, sendo na ocasião o segundo deputado da família socialista com mais votos.


Reeleito nas eleições deste ano, Sassoli foi, com alguma surpresa, o nome escolhido na terça-feira à noite pelo grupo socialista e democrata (S&D) -- que integra o PS -- como seu candidato à presidência do Parlamento Europeu.


No quadro do compromisso alcançado na terça-feira, no final de uma longa 'maratona' negocial no Conselho Europeu, sobre a distribuição dos cargos de topo da UE para o novo ciclo político, foi decidido atribuir à família socialista a presidência da assembleia, mas o nome 'sugerido' desde Bruxelas era o do presidente do Partido Socialista Europeu (PES), Sergei Stanishev.

O grupo S&D não aceitou a imposição de um nome, avançando então com o de Sassoli, que hoje foi eleito à segunda volta de uma eleição à qual se apresentaram ainda três outros candidatos (a alemã Ska Keller, pelos Verdes, a espanhola Sira Rego, do Grupo da Esquerda Unitária, e o checo Jan Zahradil, pelos Conservadores e Reformistas Europeus), tendo as duas outras grandes bancadas da assembleia, do PPE (a mais numerosa) e do Renovar a Europa (liberais, terceira maior) abdicado de avançar com candidatos, face ao compromisso no Conselho.


Esse compromisso prevê, todavia -- embora não fique consagrado 'preto no branco' -, que os socialistas passarão a presidência do Parlamento aos conservadores do PPE na segunda metade do mandato, pelo que Sassoli deverá presidir à assembleia 'apenas' até janeiro de 2022.

Com Lusa

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