Wess Mitchell, o diplomata dos EUA com o estatuto mais elevado para a Europa, vai sair do cargo em 15 de fevereiro, deixando vago um lugar da máxima importância num momento delicado para as relações euro-norte-americanas.
Mitchell apresentou em 04 de janeiro a sua carta de demissão ao secretário de Estado, Mike Pompeo, citando motivos pessoais para deixar o cargo, que assumiu em outubro de 2017.
Na missiva, a que a agência EFE teve acesso, Mitchell garantiu que "atingiu" os objetivos definidos quando assumiu o cargo de subsecretário para os Assuntos da Europa e Eurásia do Departamento de Estado e que, agora, pretende "passar mais tempo com a família".
Como chefe do serviço Europa dentro do Departamento de Estado, Mitchell dirigiu as relações com 50 Estados e dirigiu as relações dos EUA com os seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte, questionada por Donald Trump.
O diplomata citou como exemplos de alguns dos seus "êxitos" o aumento das contribuições de alguns países para a NATO, bem como a mostra da "unidade transatlântica" face à Federação Russa, as ações tomadas para contrariar a "influência maligna" da China e o fortalecimento da cooperação na Síria.
Em mensagem publicada na rede social Twitter, Pompeo agradeceu a Mitchell os seus conselhos e o seu "excelente" trabalho e assegurou que dirigiu com "sabedoria" a equipa dedicada à diplomacia com a Europa.
A mulher do diplomata, Elizabeth Millard, era a "número dois" do seu marido e agora passa a ocupar o posto deste, temporariamente, até que Trump nomeie um novo subsecretário, o que requer a aprovação do Senado, em mãos republicanas.
O novo encarregado dos EUA para as relações com a Europa vai assumir o posto em momento particularmente relevante, devido às próximas eleições para o Parlamento Europeu e ao processo de saída do Reino Unido, tradicional aliado dos norte-americanos, da União Europeia.
Vários Estados europeus, designadamente França e Alemanha, manifestaram preocupação pelas constantes críticas dos EUA à NATO, bem como devido à sua intenção de abandonar o tratado com a Federação Russa para a eliminação de mísseis nucleares de curto e médio alcance.
Este tratado proíbe Washington e Moscovo de fabricarem mísseis de curto e médio alcance, o que na prática protege a Europa, no meio dos dois.
Lusa