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Trump abandona reunião com democratas por receber novo "não" ao muro

Com o Governo paralisado há quase um mês o Presidente dos EUA voltou a reunir com os líderes do Congresso para tentar chegar a um acordo sobre a construção do muro na fronteira com o México. Ao receber um novo "não" foi um "adeus, nada mais funciona".

Jim Young

O Presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou uma reunião com os líderes do Congresso para negociação da paralisação parcial do Governo , permanecendo o impasse que dura há quase um mês, anunciaram os democratas.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que o republicano Donald Trump perguntou hoje à presidente daquele órgão, Nancy Pelosi, se ela concordava em financiar o seu muro na fronteira com o México e quando esta respondeu "não", o Presidente levantou-se e disse: “Então não temos mais nada para discutir”.

Schumer classificou a atitude de Donald Trump como “muito, muito lamentável”.

Donald Trump também reagiu no Twitter, escrevendo que a reunião foi uma “total perda de tempo” e que perante a recusa de financiamento do muro declarou: “Adeus, nada mais funciona”.

Cerca de 800 mil funcionários públicos não vão receber esta semana, pela primeira vez desde o início deste shutdown que continua sem fim à vista e que, se chegar ao próximo fim-de-semana, tornar-se-à a mais longa da história dos EUA (o recorde foi de 21 dias, em 1995, na Presidência de Bill Clinton).

Donald Trump não quer ceder na exigência ao Congresso para aprovar uma verba de 5,6 mil milhões de dólares (cerca de cinco mil milhões de euros) para a construção do muro na fronteira com o México, que fora uma das suas mais emblemáticas promessas na campanha presidencial de 2016.

Nas últimas semanas, vários líderes Republicanos e diversos comentadores políticos próximos do partido têm pressionado Trump a não ceder nessa questão, referindo que o Presidente perde margem de manobra para uma eventual reeleição se não cumprir essa promessa.

Perante este cenário de impasse, Trump tem ainda o trunfo de declarar uma situação de emergência nacional, alegando falta de condições de segurança nas fronteiras e obtendo assim o dinheiro para a construção do muro, sem ter de passar pelo Congresso.

Contudo, vários constitucionalistas consideram que essa decisão poderá colocar dúvidas legais, que empurrariam a declaração de emergência para os tribunais, sem nenhuma certeza sobre o desfecho deste processo.

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