O ex-ministro brasileiro Antonio Palocci disse esta quinta-feira à polícia que o ex-Presidente Lula da Silva aceitou o pagamento de subornos ao seu filho em troca da concessão de benefícios para fabricantes de carros. A declaração consta de um depoimento prestado à 10.ª Vara da Justiça Federal em Brasília, num processo da Operação Zelotes, que investiga a compra de medidas provisórias, que são instrumentos administrativos com força de lei adotados pelo Presidente da República.
Palocci declarou que Luís Cláudio Lula Silva, filho de Lula da Silva, o procurou para captar recursos para projetos desportivos entre 2013 e 2014 e que depois levou o assunto diretamente ao ex-Presidente brasileiro.
Segundo o ex-ministro da Fazenda, num encontro no Instituto Lula, o antigo chefe de Estado ter-lhe-á dito para não se preocupar porque já havia conseguido o dinheiro na renovação dos benefícios dados a partir de medidas provisórias às empresas Caoa e Mitsubishi. Neste processo, o Ministério Público brasileiro denunciou Lula da Silva e outras seis pessoas no ano passado por, supostamente, ter vendido uma medida provisória que beneficiou fabricantes de veículos com fábricas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do Brasil.
O ex-Presidente brasileiro, preso desde abril por ter sido condenado em duas instâncias num processo da Operação Lava Jato sobre a propriedade de um apartamento de luxo instância turística do Guarujá, e os outros envolvidos no processo são acusados da prática de corrupção passiva.