Na noite de 14 de março, Marielle Franco, vereadora, ativista e defensora dos direitos humanos, e o seu motorista, Anderson Gomes, foram baleados mortalmente num bairro no centro do Rio de Janeiro depois de terem participado num evento político-cultural. Após seis meses, as autoridades ainda não têm respostas sobre os autores e a motivação do assassínio.
Hoje, foi colocado um grande ecrã numa viatura perto do icónico Pão de Açúcar, no qual se lia "Há seis meses, Marielle Franco foi morta brutalmente e ainda não temos respostas".
O pai da vereadora, António Francisco da Silva, juntou-se aos ativistas e afirmou que ainda espera que as autoridades lhe digam quem ordenou o assassínio e porquê.A organização internacional de defesa dos direitos humanos, Amnistia Internacional (AI), classificou hoje como "inadmissível" que, seis meses após o homicídio de Marielle Franco, não haja respostas, nem se tenha resolvido o crime.
O crime causou uma forte comoção nacional, porque Franco, de 38 anos, negra, lésbica, nascida num complexo de favelas violentas e militante de esquerda do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), se destacou por denunciar abusos policiais nas favelas e pela defesa dos direitos humanos.
O assassínio da vereadora ocorreu um mês depois de o governo brasileiro decretar intervenção federal na área de segurança do estado do Rio, que deixou o controlo da ordem pública nas mãos das Forças Armadas.
A AI, que desde o primeiro dia pediu esclarecimentos sobre o crime, reiterou que é da responsabilidade do Estado brasileiro, das autoridades e organismos da justiça criminal garantir que o assassínio de Franco seja devidamente investigado e que os responsáveis sejam identificados e julgados.
Lusa