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EUA "perderam a legitimidade" para mediar o processo de paz entre Israel e Palestina

O embaixador da ONU na Palestina defendeu, na terça-feira, que os Estados Unidos perderam a legitimidade para supervisionarem sozinhos o processo de paz israelo-palestiniano após o reconhecimento "ilegal e provocatório" de Jerusalém como capital de Israel.

Riyad Mansour, embaixador da ONU na Palestina.
JUSTIN LANE

Depois da administração de Donald Trump alterar uma posição que durava há décadas, e que suscitou reações violentas, os EUA "perderam a legitimidade de serem os únicos a supervisionar o processo político", considerou Riyad Mansour, em declarações aos jornalistas.

Em junho, o conselheiro e genro de Trump, Jared Kushner, e o enviado do Oriente Médio, Jason Greenblatt, disseram ao jornal Al-Quds que iam apresentar o plano do Governo muito em breve, "com ou sem" a participação do Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmoud Abbas.

De acordo com Mansour, o líder palestiniano e outros funcionários do Governo não se querem envolver num plano que "está morto à partida".

Mansour reiterou que os palestinianos vão insistir "num processo coletivo", com o envolvimento de muitos países, tal como Abbas propôs num discurso ao Conselho de Segurança da ONU, em fevereiro último.

A questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.

Israel ocupa Jerusalém leste desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade de Jerusalém como a sua capital indivisa.

Os palestinianos querem fazer de Jerusalém leste a capital de um desejado Estado palestiniano, em paz com Israel, uma visão apoiada pela grande maioria dos Estados membros da ONU.

Lusa

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