Mundo

O que se passa na Nicarágua? Confrontos fazem dezenas de mortos e centenas de feridos

O que começou por ser uma série de protestos contra o Governo, acabou por se transformar numa vaga de violentos confrontos entre polícia e manifestantes, em especial estudantes universitários. A contestação acabou por se traduzir em ações mais radicais, que incluem bloqueios de estradas. De acordo com a agência France-Presse, pelo menos 85 pessoas morreram e mais de 860 ficaram feridas desde 18 de abril, em protestos contra o Executivo. As imagens de Oswaldo Rivas, da agência Reuters, mostram um país à beira da guerra civil.

A Amnistia Internacional denunciou esta segunda-feira um "ataque armado" da polícia nicaraguense e outras forças apoiadas pelo Governo contra estudantes entrincheirados na Universidade Nacional de Engenharia, que protestam contra o Presidente Daniel Ortega.

Também esta segunda-feira, a grave crise que o país atravessa teve novos desenvolvimentos. O Governo da Nicarágua e a oposição concordaram em retomar as negociações sobre a democratização do regime, em troca de um levantamento parcial dos bloqueios nas estradas, anunciaram, em comunicado.

Na quarta-feira passada, a suspensão do diálogo abriu caminho a novos episódios de violência e protestos.

"A delegação do governo e a Aliança Cívica pela Justiça e Democracia expressaram disposição em retomar o diálogo nacional na mesa plenária para reaver a agenda do tema da democratização", de acordo com o comunicado.

Os opositores comprometeram-se "a aliviar" os bloqueios nas estradas, uma das principais exigências do Governo.

A declaração conjunta foi assinada por três representantes de cada um dos dois partidos, reunidos em comissão mista a pedido da Conferência Episcopal da Nicarágua, que tentou relançar o diálogo que tinha sido suspenso por falta de acordo sobre a democratização do regime.

Num relatório divulgado a 22 de maio, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos concluiu que o uso excessivo da aplicação da lei foi usado para reprimir os protestos contra o Governo

De acordo com os signatários da declaração, a data para a reinício do diálogo será decidida pelos bispos.

Últimas