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Quais são os riscos de participar nos grupos públicos do WhatsApp

Desde o escândalo da Cambridge Analytica, que terá tido acesso a dados de cerca de 87 milhões de utilizadores do Facebook, as redes sociais têm sido muito criticadas. Um dos críticos é um dos fundadores da aplicação WhatsApp, Brian Acton, que se juntou a uma campanha para incentivar os internautas a abandonar a rede social fundada por Mark Zuckerberg. Contudo, nem a plataforma de mensagens instantâneas escapa aos perigos da internet. Saiba quais são os riscos que corre ao participar nos grupos públicos do WhatsApp.

Dado Ruvic

SIC Notícias

Através do Twitter, Brian Acton deixou uma mensagem para os internautas deixaram o Facebook. "Está na hora. #ApaguemOFacebook."

Mas a aplicação que ele próprio fundou - e que foi comprada pelo Facebook em 2014 - também tem chamado a atenção devido às quebras de privacidade.

Uma equipa de investigadores passou seis meses a fazer um estudo sobre a aplicação de mensagens instantâneas. Segundo a BBC, o resultado do estudo mostrou como é fácil adquirir os dados dos utilizadores da plataforma que usam os grupos públicos.

O que são os grupos públicos?

São grupos de conversa em que qualquer pessoa pode entrar, através de links, que estão normalmente disponíveis em vários sites ou páginas de redes sociais. O administrador de cada grupo público também pode fornecer estes links. Ao todo, 256 pessoas podem entrar num só grupo ao mesmo tempo.

Os riscos de participar nos grupos públicos

Durante seis meses, os investigadores conseguiram obter sem dificuldade dados de mais de 45 mil pessoas, através da leitura de meio milhão de mensagens enviadas para 178 grupos públicos.

De acordo com a emissora britânica, a equipa usou o Google para complicar uma lista de grupos públicos do WhatsApp e, a partir daí, escolheu uns quantos aleatoriamente e entrou nas conversas.

Os investigadores tiveram não só acesso a números de telemóvel, fotografias de perfil, vídeos e documentos, como também à localização dos utilizadores. E, de acordo com os critérios de utilização do WhatsApp, não fizeram nada de ilegal.

Com mais de mil milhões de utilizadores, o WhatsApp armazena todas as informações fornecidas num banco de dados. O problema, segundo a equipa de investigadores, é que a plataforma guarda a chave para descriptografar estes dados no mesmo sítio, a memória RAM, sendo assim um processo que precisa de "pouca intervenção humana".

Se os investigadores conseguiram, qualquer um consegue.

O escândalo da Cambridge Analytica

A empresa britânica teve acesso a dados de 87 milhões de utilizadores do Facebook, entre os quais, 2,7 milhões de cidadãos da União Europeia. Em Portugal, terão sido afetados cerca de 63.080 utilizadores.

A consultora britânica usou dados de milhões utilizadores do Facebook de forma ilegal para influenciar campanhas políticas em todo o mundo, nomeadamente, no escrutínio que ditou a eleição de Donald Trump para a Casa Branca e no referendo sobre o Brexit.

Mas, agora, já pode saber se os seus dados no Facebook foram usados sem o seu consentimento. Veja aqui.

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