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Empate técnico a uma semana das eleições na Catalunha

A sete dias das eleições regionais catalãs, várias sondagens publicadas hoje indicam que os partidos constitucionalistas estão à frente nas intenções de voto, mas os independentistas ganham em número de lugares, sem nenhum dos blocos ter maioria absoluta.

Juan Medina

O Cidadãos (constitucionalista, direita liberal) aparece nos estudos de opinião como o partido mais votado (23-25%) seguido de perto pela Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista, esquerda moderada, 20-23%) que poderia eleger mais deputados porque a lei eleitoral dá mais peso a províncias dominadas pelos independentistas.

As sondagens são publicadas uma semana antes das eleições de 21 de dezembro, o último dia permitido pela lei para este tipo de estudos, e mostram resultados totalmente abertos e a necessidade de uma coligação difícil entre quatro partidos para se conseguir uma maioria de 68 lugares dos 135 que tem o parlamento regional.

O bloco de partidos constitucionalistas e o de independentistas não conseguem assegurar a desejada maioria absoluta na assembleia, com a "Catalunya en Comú-Podem" (extrema-esquerda não independentista associada ao Podemos) a reforçar o seu papel de árbitro (8-10%) da situação.

Com grandes variações de votos, consoante as sondagens, aparecem o "Juntos pela Catalunha" (independentistas conservadores) de Carles Puigdemont (14-20 %) e o Partido Socialista da Catalunha (PSC, constitucionalista associado ao PSOE).

Os menos votados seriam o Partido Popular da Catalunha (constitucionalista de direita, 5-7%) e a Candidatura de Unidade Popular (CUP, independentista antissistema, 5-7%).

As sondagens também indicam uma taxa de participação de mais de 81%, a mais alta elevadas de todas as eleições na Catalunha desde o início da transição democrática em 1977.

Os partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, com 72 deputados num total de 135 no parlamento regional, o que lhes permitiu formar um Governo que organizou um referendo de autodeterminação em 01 de outubro último, que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.

As eleições regionais de 21 de dezembro foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, em 27 de outubro passado, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont.

Lusa

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