Segunda-feira foi lançada nos Estados Unidos uma versão da aplicação de mensagens instantâneas Messenger para as crianças - com prévia autorização dos pais e que o Facebook não utilizará para recolher informação, promete a empresa. É claro que ficará com o nome da criança e os relatórios típicos de utilização da aplicação.
Messenger Kids é uma aplicação "para conversas em vídeo e mensagens escritas concebida para que as crianças possam contactar a família e os amigos autorizados pelos pais" que "controlam totalmente a lista de contactos", explica o Facebook em comunicado.
Nesta versão "não há publicidade nem hipótese de compras integradas", garante a empresa, que afirma estar empenhada em garantir a segurança online das crianças e a proteção da sua vida privada.
Amigos aprovados pelos pais (no mundo virtual)
Depois de descarregada, a aplicação tem de estar associada à conta de um dos pais, que terá acesso à lista de contactos. Se duas crianças querem ser amigas no Messenger Kids, a amizade tem de ser aprovada pelos pais de cada criança. Uma vez confirmado, podem então iniciar a conversação.
Podem ser enviados vídeos, fotos, mensagens escritas. Há também uma "biblioteca apropriada e especialmente escolhida para as crianças de GIF, molduras, bonecos, máscaras e instrumentos para desenhar", refere o Facebook.
Por enquanto, a aplicação apenas está disponível nos Estados Unidos e para os aparelhos da marca Apple. Nos próximos meses será alargada à Amazon e à Google.
A versão clássica do Messenger tem, segundo a empresa, mais de mil milhões de utilizadores.
A próxima geração de utilizadores
O Facebook garante que não vai utilizar os dados das crianças com fins comerciais - por exemplo, enviar aos pais anúncios específicos sobre produtos que os filhos falem no Messenger Kids. Ou guardar informações para utilizá-las mais tarde, quando a criança crescer e já pode ter a sua própria página sem intervenção dos pais.
É aqui que está a estratégia do Facebook - habituar as crianças a este ambiente, a criar a sua rede de contactos nesta rede social e garantir assim uma nova geração de futuros utilizadores.
Se conseguir captar a atenção das crianças entre 6-12 anos antes de o Snapchat (ou outro concorrente) o fazer, o Facebook tem assim mais hipótese de que as crianças o utilizem quando forem adolescente e jovens adultos.