"Há 337 pessoas feridas ou com contusões. Pedimos aos feridos que façam uma denúncia junto dos Mossos d'Esquadra [polícia regional] ", declarou em conferência de imprensa o porta-voz da Generalitat, Jordi Turull.
A justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para hoje pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional fechasse os locais de votação.
Face à inação da polícia regional em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.
A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos e residentes, numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.
Foram retiradas pessoas que ocupavam locais de votação, entre os quais o pavilhão desportivo da escola em Girona, onde deveria votar o líder da Generalitat, Carles Puigdemont. O presidente catalão acabaria por votar noutro local.
Além destas situações, houve ainda confrontos noutros locais, nomeadamente na sala de exposições de Sant Carles de la Ràpita (Terragona) e na Escola Rius i Taule (Barcelona), segundo relatos de repórteres das agências noticiosas internacionais.
O Sistema de Emergências Médicas (SEM) do governo catalão tinha dado conta de 38 feridos, na sequência da ação da Polícia Nacional e da Guardia Civil para impedir o referendo, a maioria por tonturas, ansiedade ou contusões.
No entanto, em conferência de imprensa, o porta-voz da Generalitat, Jordi Turull, falou em 337 feridos na sequência das ações policiais.
"A atuação da Polícia e da Guardia Civil não obedece aos critérios de proporcionalidade, responde apenas ao 'Vamos a eles!", disse.
"Responsabilizamos o presidente do Governo, Mariano Rajoy, e o ministro do Interior [Administração Interna] , Juan Ignacio Zoido, pelo que está a acontecer na Catalunha", salientou.
Lusa