Guantánamo é uma das sete províncias cubanas que se encontram em alerta pela passagem do furacão, de categoria 5, a mais elevada, que vai passar muito perto da costa norte da ilha.
Tal como era esperado, Punta de Maisí, o enclave mais oriental de Cuba, foi o primeiro a sentir a chegada do potente ciclone, que se encontra a cerca de 400 quilómetros desse ponto, disse aos meios de comunicação locais a diretora do Centro de Prognósticos do Instituto de Meteorologia, Miriam Teresita Llanes. Este é o mesmo lugar por onde entrou na ilha o furacão Matthew, de categoria 4, em outubro do ano passado.
Durante a madrugada esperam-se ondas até cinco metros e inundações na localidade de Baracoa, que se devem alargar às províncias de Holguín e Las Tunas, segundo a Agência Cubana de Notícias, que citou o Estado Maior Nacional de Defesa Civil (EMNDC). Segundo o organismo, o "momento mais crítico e de maior aproximação do Irma às costas cubanas" será no sábado, altura em que o furacão estará nas províncias de Sancti Spíritus e Villa Clara (costa norte), onde provocará um "aumento do nível do mar".
O presidente do parlamento cubano, Esteban Lazo, que participou na reunião do EMNDC, pediu que se elevem as precauções em Havana, já que o célebre paredão da cidade pode ser atingido por ondas de até cinco metros durante várias horas.
As previsões não indicaram que o Irma vá atingir diretamente Havana, apesar de as ondas e aumento do nível do mar poderem provocar inundações na cidade, bem como chuvas e rajadas intensas de vento.
Há dois dias que a Defesa Civil está a preparar a chegada do furacão a Cuba, onde cerca de 700 mil pessoas foram retiradas das suas casas, além de 36 mil estrangeiros que se encontravam nos cayos (pequenas ilhas rasas, arenosas, formadas na superfície de um recife de coral) de Santa María, Coco e Guillermo. Destes, 60% eram canadianos que regressaram ao seu país. Os restantes foram realojados em hotéis em zonas mais seguras como Varadero, Havana, ou Trinidad e Cienfuegos.
A companhia aérea Cubana de Aviación anunciou na quinta-feira a suspensão dos voos nacionais e, a partir de hoje, quase todos os internacionais, em conformidade com as previsões meteorológicas. A transportadora estatal apenas mantém os voos com destino a Cancun e à cidade do México, bem como a rota doméstica para Nueva Gerona, a cerca de 100 quilómetros de Havana.
Em comunicado, a Cubana de Aviación indicou que vai informar sobre o restabelecimento gradual das operações de acordo com a normalização das condições atmosféricas. Os passageiros dos voos cancelados podem alterar a data prevista da viagem e receber o reembolso do bilhete "sem penalização" após o restabelecimento dos serviços.
O mais recente balanço aponta para 14 mortos à passagem do Irma por várias ilhas das Caraíbas. Cerca de 1,2 milhões de pessoas foram já afetadas, um número que poderá alcançar os 26 milhões de pessoas, de acordo com a última previsão da Cruz Vermelha Internacional.
O Irma evoluiu hoje pelo norte da República Dominicana e o Haiti, onde provocou as primeiras inundações, e dirige-se agora às ilhas Turcas, Caicos e Bahamas, com ventos máximos sustentados de 280 quilómetros por hora.
Três furacões estão a progredir em simultâneo no Atlântico, depois das tempestades José e Katia passarem a esta categoria, juntando-se assim ao Irma.
Lusa